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Clube de Ronaldo Fenômeno tenta sobreviver contra os ricos

- ALEX SABINO

Real Valladolid disputa 1ª divisão da Espanha com pouco investimen­to

Todos os dias, Ronaldo sai do seu apartament­o em Madri, caminha alguns metros e entra no escritório que serve como sede do Real Valladolid na capital espanhola. Ele se tornou dono da agremiação no início de setembro do ano passado por cerca de 30 milhões de euros (R$ 136,5 milhões em valores atuais).

Lá o ex-atacante da seleção brasileira é informado de tudo o que ocorre no clube. Os gastos, investimen­tos, planos a médio e longo prazo e problemas com a equipe em campo. O emissário das boas e más notícias é o francês Matthieu Fenaert, 41, nomeado CEO do clube no início desta semana, mas diretor comercial desde o ano passado.

“[Ronaldo tem] Toda influência. Eu me surpreendi muito. Temos reuniões diárias e ele fica a par de tudo. Mesmo quando está de férias, recebe um relatório todos os dias de manhã. Ronaldo sabe de tudo o que é decidido”, afirma Fenaert à reportagem, falando português carregado de sotaque, aprendido quando morou no Brasil. Sua mulher e filha são brasileira­s.

A aquisição do clube criou expectativ­a em parte da cidade de Valladolid (cerca de 300 mil habitantes) de que Ronaldo seria um investidor perdulário, no estilo de bilionário­s árabes, capaz de montar elenco para transforma­r o destino da equipe da noite para o dia. Isso está fora de cogitação. Os planos são a longo prazo. O clube precisa ser sustentáve­l e gastar só o que arrecada.

Os investimen­tos mais pesados deverão ser a construção de uma “cidade esportiva”, que servirá como centro de treinament­o para o elenco profission­al e categorias de base, orçada em 10 milhões de euros (R$ 45,5 milhões) e a renegociaç­ão do uso do estádio José Zorrilla, com capacidade para 27 mil pessoas. A arena pertence ao município e o Real Valladolid paga aluguel. Ronaldo insiste que a agremiação seja parte integrante da vida da cidade, mas sem sentimenta­lismos.

O fornecedor de material esportivo é outro exemplo. Quando o Real Valladolid rompeu com a Hummel, recebeu sondagens de todas as principais empresas do setor. Esperava-se que a Nike fosse escolhida. Ronaldo tem contrato vitalício de patrocínio com a marca americana. Foi escolhida a Adidas, arquirriva­l da Nike.

“O Ronaldo fez o que foi melhor para o clube, não para ele. Pode até ter gerado um certo incômodo que o clube tenha fechado com a Adidas”, constata Fenaert.

Na temporada passada, o time jogou a elite espanhola com o menor orçamento entre os 20 clubes da liga: 24 milhões de euros (R$ 109,2 milhões). Terminou em 16º e escapou do rebaixamen­to apenas na penúltima rodada. O campeão Barcelona poderia gastar 633 milhões de euros (R$ 2,9 bilhões).

O Real Valladolid espera bater o recorde na venda de carnês com todos os jogos em casa da temporada. Já são mais de 20 mil vendidos em um estádio para 27 mil pessoas. E o clube nunca vendeu tantos uniformes.

“Temos de reduzir a importânci­a que os direitos de TV têm no orçamento porque é um risco colocar todos os ovos na mesma cesta. A presença do Ronaldo aumenta nosso potencial global, que outros clubes de médio porte não têm. A chegada dele ao Valladolid mudou completame­nte essa equação”, completa Matthieu Fenaert. (Folha) JUDÔ Principal evento na preparação para a Olimpíada de Tóquio-2020, o Mundial de Judô de 2019 também será realizado na capital japonesa e servirá como tira-teima para a delegação brasileira. O evento, que tem início na noite deste sábado (24) e vai até o outro domingo (1º), terá como palco o Nippon Budokan, arena que recebeu a Olimpíada de 1964 e também sediará as disputas da modalidade nos Jogos Olímpicos do próximo ano. Neste ciclo olímpico, os brasileiro­s tiveram desempenho­s contrastan­tes nos Mundiais de 2017 e 2018. No primeiro, em Budapeste, os judocas do país foram cinco vezes ao pódio. Já no ano passado, em Baku (Azerbaijão), apenas Érika Miranda saiu do torneio com uma medalha (bronze). Este ano, as esperanças são a bicampeã mundial Mayra Aguiar, 28, a campeã mundial e olímpica Rafaela Silva, 27, e Rafael Silva, 32, que tem dois bronzes nos Jogos. (Folha)

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Olga Maltseva/afp Ronaldo está sempre acompanhan­do as ações do clube

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