Conclusão do Rodoanel levará a gasto extra de até R$ 1 bilhão
Trecho norte foi iniciado em 2013 e está sob investigação por suspeitas de superfaturamento
O governo de São Paulo estima que vai gastar entre R$ 800 milhões e R$ 1 bilhão para concluir o Rodoanel Norte, segundo relatos ouvidos pela reportagem entre políticos e técnicos da administração João Doria (PSDB). O trecho que falta para o anel viário ficar completo foi iniciado em 2013 e está sob investigação por causa de suspeitas de superfaturamento e corrupção.
Orçado em R$ 4,3 bilhões há seis anos, o Rodoanel Norte já consumiu R$ 6,85 bilhões, ou 60% a mais do que o montante previsto originalmente. Todo o orçamento previsto para a obra foi gasto, mas a estrada não está pronta. Se o custo final chegar à previsão mais pessimista, de R$ 7,85 bilhões, a diferença do orçamento original será de 83%. Com as desapropriações de casas e terrenos, o valor deve passar de R$ 10 bilhões.
A parte norte do Rodoanel tem 44 quilômetros de extensão e uma ligação com o Aeroporto Internacional de Guarulhos de 3,6 quilômetros. A obra é complexa porque passa sobre uma área de mata atlântica, com viadutos de até 20 metros de altura.
A administração de João Doria também definiu como a obra será concluída. Três dos lotes do Rodoanel terão de ser licitados novamente porque o que foi feito até agora não passa de 30%, em média, do projeto original. A previsão inicial era que a obra fosse inaugurada em março de 2016. Outros três trechos, cujas obras estão 98% concluídas, serão entregues para a empresa que ganhou a concessão de pedágio do Rodoanel Norte, a Ecorodovias.
A concessão da Ecorodovias prevê o investimento de R$ 581,5 milhões em obras. É desse montante que sairão os recursos para concluir o trecho que liga a parte oeste do Rodoanel Mario Covas à rodovia Fernão Dias. Esse trecho da obra deve ser inaugurado no próximo ano.
Abandono
Já os três lotes que terão de ser licitados novamente devem ficar prontos em 2022. Esses lotes mais problemáticos foram iniciados por duas empreiteiras apanhadas pela Operação Lava Jato em casos de suspeita de corrupção: a OAS e a Mendes Junior.
No final do ano passado, o governo rompeu o contrato com as empreiteiras com o argumento de que elas haviam abandonado a obra e cometido irregularidades. As empresas negam. (Folha)