Agora

Consumidor tem desconto para pagar dívida com o 13º

É neste período que bancos, lojas e até empresas de serviços básicos ampliam as ofertas de negociação

- Tássia kastner (FSP)

Com o dinheiro do 13º salário, cuja primeira parcela foi paga a cerca de 84 milhões de trabalhado­res na sexta-feira, brasileiro­s têm na conta a possibilid­ade de negociar dívidas atrasadas.

É também nesse período que bancos, lojas e empresas de água, luz e telefone reforçam a abordagem a devedores com ofertas de descontos, para tentar conseguir recuperar o dinheiro perdido.

As promessas são de redução de até 95% no valor das dívidas, ainda que cortes desse tipo costumem ser destinadas apenas a quem tem débitos antigos, vencidos há pelo menos um ano.

Na renegociaç­ão, bancos costumam cortar parte dos juros cobrados ou então a multa por atraso e parcelar com prazos mais longos, para que a prestação da dívida caiba no orçamento.

Raiza Pereira da Silva, 24 anos, foi ao feirão da Serasa (birô de crédito) na semana passada negociar uma dívida de 2014. Ela havia emprestado o cartão de crédito a um amigo, que não pagou as prestações da compra. Sem dinheiro para cobrir a despesa que não estava prevista, acabou tendo o nome incluído no cadastro de devedores.

“Esse ano fiquei com situação financeira melhor, eu precisava resolver isso”, diz.

A dívida de cerca de R$ 1.500 foi reduzida para R$ 230, e o valor será pago em duas parcelas. “Baixou bastante os juros”, afirma.

“Os descontos maiores são dados para dívidas mais antigas, depois que o banco já tentou recuperar o dinheiro muitas vezes e não conseguiu. Mas nessa época do ano, é mais barato”, diz Dilson Moura de Sá, presidente da Acordo Certo, empresa de cobrança pela internet.

Para saber se o desconto é realmente grande, o consumidor precisa saber o valor original da dívida, o quanto já foi cobrado de juros e o valor que o banco está oferecendo. E a partir desse ponto, negociar.

Para Karoline Roma, planejador­a financeira certificad­a pela Planejar, um inadimplen­te nunca deve aceitar a primeira oferta, porque sempre há espaço para descontos ainda maiores com negociação. “Quando mais fácil e mais pronto, maiores são os juros. Com aplicativo­s é mais automático, mas quando o devedor faz uma segunda conversa, com o gerente, ele tem uma nova alçada de negociação de desconto”, afirma.

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Robson ventura/folhapress Raiza Pereira da Silva, 24 anos, mostra acordo após conseguir redução da dívida do cartão de crédito

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