Violência inaceitável
É difícil dizer quando foi que a violência por motivos políticos virou um assunto nestas eleições.
Para ficar só nos casos mais conhecidos e recentes, em março houve o ataque a tiros a dois ônibus que levavam a caravana do então presidenciável Luiz Inácio Lula da Silva (PT), no Paraná, ainda não esclarecido.
Dias depois, o lado petista deu sua demonstração de estupidez quando se decretou a prisão de Lula. Durante um protesto na capital paulista, militantes do partido, incluindo um ex-vereador em Diadema, agrediram um opositor e o jogaram na direção de um caminhão.
Já corria a campanha oficial, em setembro, quando Jair Bolsonaro (PSL) sofreu o bárbaro ataque a faca, em Juiz de Fora (MG), que por pouco não tirou sua vida.
O responsável pelo ato execrável havia sido filiado ao PSOL até 2014 e, ao que tudo indica, planejou e executou sozinho a insanidade. De mais positivo, todos os concorrentes se solidarizaram de imediato com Bolsonaro.
Causam grande preocupação agora as notícias de agressões motivadas por divergências partidárias neste segundo turno da disputa presidencial. A mais trágica delas foi o assassinato a facadas de um defensor de Fernando Haddad (PT) por um bolsonarista em Salvador (BA).
O candidato do PSL primeiro disse que não tinha nada a ver com isso. Depois, viu que precisava condenar a violência.
Pode haver imbecis entre os eleitores de qualquer candidato, claro. A coisa tende a piorar quando os líderes radicalizam no ataque aos adversários, o que o pessoal do PT também faz.
Quem pretende representar eleitores precisa ser capaz de resolver divergências de forma pacífica. Os representados também. Grupo Folha