Agora

Terra de ninguém

- Presidente: Editor Responsáve­l:

A onda que abalou o sistema político brasileiro nas eleições deste ano também teve reflexos nos estados, atingindo com força os principais partidos.

O MDB, que mandou em sete unidades da Federação nos últimos anos, colheu uma única vitória das urnas no domingo, em Alagoas. No segundo turno, a sigla só tem concorrent­es a governador.

O partido do presidente Michel Temer também viu seu domínio se esfacelar no Senado, com sua bancada reduzida quase pela metade. O presidente da Casa, Eunício Oliveira (CE), perdeu a cadeira.

O PT conseguiu conservar parte de sua força no Nordeste, reelegendo três governador­es e garantindo uma vaga na próxima rodada, mas perdeu o Acre e Minas Gerais.

Ninguém saiu mais desconcert­ado do primeiro turno do que o PSDB. Os tucanos não alcançaram a vitória em nenhum estado nessa etapa e enfrentam dificuldad­es nos dois maiores colégios eleitorais em que continuam no páreo.

Em Minas, o ex-governador Antonio Anastasia (PSDB) foi ultrapassa­do na chegada ao segundo turno por um novato, o empresário Romeu Zema (Novo).

Em São Paulo, estado que o PSDB governou por mais de duas décadas, João Doria chegou em primeiro lugar, mas a disputa com o governador Márcio França (PSB) deve ser acirrada no segundo turno.

Esse talvez seja o território onde estão depositada­s as últimas esperanças dos tucanos de sair desta eleição com algum resultado positivo.

Parece claro, de todo modo, que a política brasileira entra numa nova fase. Os partidos tradiciona­is não queriam mudar, mas os eleitores tinham outros planos. Grupo Folha

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