Aumenta número de furtos e roubos no Metrô e na CPTM
Crescimento ocorre pelo segundo ano seguido, de acordo com dados obtidos pela reportagem
Pelo segundo ano consecutivo aumentou o número de roubos e furtos no Metrô e na CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos). De janeiro a junho deste ano houve 1.839 casos de roubo e furto, número 5,6% maior do que o mesmo período em 2017, quando houve 1.741 casos. O ano passado já havia apresentado um aumento de 18,9% em relação ao primeiro semestre de 2016.
Os números foram obtidos pelo Agora via Lei de Acesso à Informação e consideram os casos de roubos e furtos registrados tanto no DELPOM (Delegacia de Polícia do Metropolitano), quanto nas delegacias de bairro.
O Metrô diverge das informações da Secretaria de Segurança Pública obtidas pela reportagem e diz que houve queda neste tipo de crime (leia mais abaixo).
A última redução nos assaltos e furtos no Metrô e na CPTM aconteceu em 2016, quando houve uma queda de 6,7% nestes dois crimes.
Em 2018, foram 1.594 furtos, quando a vítima tem algum pertence subtraído sem perceber, e 245 roubos, quando o assaltante anuncia a ação e leva os pertences.
Para o analista de segurança Guaracy Mingardi, o custobenefício para quem pratica furtos e roubos no metrô é alto, motivando o crescimento desta modalidade. “Roubo é um crime profissional. O custo é a possibilidade de ser preso, mas o benefício é muito grande, porque celular é fácil de roubar, vende fácil, e dá lucro para os bandidos”, analisou o especialista.
Segundo ele, o roubo é mais fácil de coibir no Metrô e na CPTM por conta da grande quantidade de câmeras espalhadas pelas duas companhias. Segundo o Metrô, são mais de 13 mil câmeras em todo o sistema fazendo a vigilância dos passageiros.
De acordo com o especialista, para diminuir o número de ocorrências é preciso ter um trabalho investigativo e não focar só em quem pratica os furtos e roubos. “Só consegue resolver o problema do furto indo direto nos receptadores. Para isso é preciso aparelhar a Polícia Civil para fazer investigação. Se não, vai continuar o roubo”, afirmou.
Uma das principais dicas de segurança é andar sempre com os pertences próximos ao corpo. “Eu procuro sempre ficar muito atenta. Não mexo no celular, deixo o bilhete fácil para não ter que pegar a carteira”, revela a estudante Agatha Calegari, 20, que caminhava pela estação Barra Funda com a mochila na frente do corpo.