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Ex-governador Beto Richa e aliados são presos no Paraná

Candidato ao Senado, tucano foi alvo de ações da Promotoria e fala em oportunism­o

- Géssica brandino estelita hass carazzai (FSP)

O ex-governador do Paraná Beto Richa, atual candidato ao Senado pelo PSDB, foi preso temporaria­mente na manhã de ontem por suspeita de fraude em licitação de obras de estradas rurais no estado.

Na ação feita a pedido do Gaeco (grupo de combate ao crime organizado) do Ministério Público do estado, também foram presos a mulher dele, Fernanda Richa; o irmão de Richa e ex-secretário de Infraestru­tura, Pepe Richa; o ex-chefe de gabinete, Deonilson Roldo; e o ex-secretário Ezequias Moreira.

Ao todo, 15 pessoas foram alvo de mandados de prisão temporária, ordenados pela Justiça Estadual do Paraná —no mesmo dia, a gestão de Richa foi alvo de nova fase da Operação Lava Jato.

As prisões atingem figurascha­ve no entorno do tucano, que estava em segundo lugar nas pesquisas de intenção de voto para o Senado no Paraná, com 28%, segundo o último levantamen­to do Ibope.

Fernanda Richa era um dos principais cabos eleitorais do ex-governador. Ex-secretária da Família, era popular nas periferias e entre populações atendidas pelo governo.

Pepe Richa comandou a Infraestru­tura, que reuniu Transporte­s, DER (Departamen­to de Estradas de Rodagem) e a superinten­dência do Porto de Paranaguá.

Roldo, por sua vez, que também foi alvo de um mandado de prisão preventiva na Lava Jato nesta terça, era considerad­o o homemforte do ex-governador e um de seus principais articulado­res políticos.

O procurador Leonir Batisti, coordenado­r do Gaeco, negou que a data de deflagraçã­o da operação tenha sido intenciona­l. “Não há vedação legal para fazer investigaç­ão no período eleitoral.”

A lei eleitoral prevê que, a contar de 15 dias antes da eleição, os candidatos só sejam presos em caso de flagrante. Ou seja, esse prazo passará a valer apenas no dia 22 de setembro.

O ex-governador tucano é suspeito de ter participad­o de fraudes no programa Patrulhas do Campo, de recuperaçã­o e abertura de estradas rurais no estado.

“É aquele padrão: licitação dirigida, pagamento de propina e eventual lavagem de dinheiro”, afirmou Batisti.

Ao menos 2.000 km de estradas foram recuperado­s ou abertos por meio do programa desde a primeira gestão de Richa, que governou o Paraná entre 2011 e 2018. Os crimes teriam sido cometidos entre 2012 e 2014.

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Ricardo Almeida/anpr O ex-governador do Paraná, Beto Richa, foi preso ontem com sua mulher e outros três de seus aliados

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