1 em cada 3 pré-candidatos desiste de disputar eleição
Série histórica sobre a corrida presidencial do Datafolha mostra que Barbosa e Huck seguiram padrão
A desistência de nomes bem colocados em pesquisas eleitorais para a sucessão presidencial, como Luciano Huck e Joaquim Barbosa, causa surpresa, mas não é um fenômeno atípico nas eleições brasileiras nas últimas três décadas.
Como mostra a série histórica do Datafolha, desde a redemocratização, em média um terço dos principais cotados ao Palácio do Planalto abriu mão da candidatura nos seis meses que antecedem a eleição.
O “efeito peneira” deve-se à falta de respaldo eleitoral, problemas de saúde ou familiar, apoio a outras candidaturas ou derrota em disputas internas. Isso sem contar as candidaturas lançadas só para aumentar o valor do passe de partidos medianos.
Neste ano, se confirmado o retrospecto eleitoral, o processo se repetirá com um afunilamento das candidaturas. Atualmente, segundo pesquisa feita em abril, há 18 nomes que se identificam como pré-candidatos.
A tendência é de que ocorram baixas como as possíveis desistências de Michel Temer (MDB), Rodrigo Maia (DEM) e Guilherme Afif Domingos (PSD), por exemplo.
A maior parcela de recuos na série histórica ocorreu em 2002, quando metade dos cotados no início de abril daquele ano acabou não saindo candidato. A menor parcela foi em 1998, quando apenas Levy Fidelix, do PRTB, não participou, ao fim, da disputa eleitoral.
Em 2002, surgiram nas pesquisas, mas não foram candidatos, Roseana Sarney, Itamar Franco e Tasso Jereissatti. Então no PFL, a filha do ex-presidente José Sarney saiu do páreo em abril daquele ano após ação da Polícia Federal em uma empresa de sua propriedade.
Na eleição seguinte, Anthony Garotinho, então no PMDB, não chegou às urnas, apesar de estar em terceiro lugar no Datafolha em abril de 2006 para apoiar Lula (PT). Em 2010, o PSB desistiu, em abril daquele ano, de lançar a candidatura de Ciro Gomes em apoio a Dilma Rousseff (PT).