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Protesto na faixa de Gaza deixa 55 palestinos mortos

Violência ocorre em meio aos 70 anos de Israel e da abertura em Jerusalém de embaixada dos EUA

- (Agências)

Milhares de pessoas participar­am de um protesto ontem na fronteira entre a faixa de Gaza e Israel, que deixou ao menos 55 palestinos mortos após confronto entre tropas israelense­s e os manifestan­tes, que criticavam a mudança da embaixada americana para Jerusalém.

Segundo as autoridade­s palestinas, 2.700 pessoas ficaram feridas, 1.360 delas por arma de fogo. Entre os mortos, pelo menos seis tinham menos de 18 anos. Não há informaçõe­s sobre vítimas israelense­s.

É o maior número de mortos em um mesmo dia em confrontos entre Israel e palestinos desde 2014, de acordo com informaçõe­s da agência de notícias Associated Press.

O premiê de Israel, Binyamin Netanyahu, afirmou que as ações israelense­s foram em autodefesa contra o Hamas, grupo islâmico considerad­o terrorista pelo governo.

Ontem foi o dia mais violento desde que os palestinos iniciaram uma onda de protestos há sete semanas —no dia 30 de março, ocorreram 23 mortes e mais de mil feridos. Ao todo, já são mais de 90 mortos e 10 mil feridos no período.

Chamados de “a grande marcha de retorno”, os atos têm como principal alvo o aniversári­o de 70 anos da fundação de Israel, comemorado ontem, de acordo com o calendário gregoriano (a comemoraçã­o ocorreu em abril no calendário judaico). A data foi comemorada em Jerusalém exatamente com a transferên­cia da embaixada americana para a cidade.

Mais violência

O protesto de ontem reuniu cerca de 40 mil pessoas em 12 pontos diferentes ao logo da fronteira, disse o governo israelense.

E há a expectativ­a de mais violência. Palestinos planejam o maior de seus protestos para hoje, quando lembram a “Nakba” (tragédia), como chamam a criação de Israel, quando cerca de 700 mil deles fugiram ou foram expulsos da região.

Outro alvo dos protestos é o bloqueio feito por Israel e Egito contra a faixa de Gaza. Ele foi imposto em uma tentativa de minar o poder do Hamas, grupo islâmico considerad­o terrorista por Tel Aviv e por Washington e que está no controle da região desde 2007.

 ?? Khalil Hamra/ap ?? Palestino é socorrido após confronto com israelense­s, ontem, na fronteira entre a faixa de Gaza e Israel; violência deixou 55 mortos, o maior número desde 2014, e há a promessa de mais enfrentame­ntos hoje
Khalil Hamra/ap Palestino é socorrido após confronto com israelense­s, ontem, na fronteira entre a faixa de Gaza e Israel; violência deixou 55 mortos, o maior número desde 2014, e há a promessa de mais enfrentame­ntos hoje
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