CCaiixiinha de Natttalll banca presente, cerveja e poupança
Grana extra é alívio para trabalhadores. Simpatia é essencial para fazer clientes abrirem as carteiras
As tradicionais caixinhas de Natal são o sonho dos trabalhadores que buscam uma grana extra no fim do ano. O destino do dinheiro este ano será variado: depositar na poupança para o filho, comprar presentes e até garantir a cervejinha do Réveillon.
Geralmente, uma caixa de sapatos ganha uma simpática capa com desenhos natalinos e uma mensagem de Feliz Natal e Ano-Novo, para ajudar a amolecer o coração de clientes que frequentem o comércio ou dos condôminos de prédios residenciais e comerciais, em agradecimento ao bom serviço prestado.
O chapeiro Cícero Ernaldo, 50 anos, trabalha em duas padarias no Bexiga, na Bela Vista (região central). Em uma delas, a padaria Camões, ele montou uma caixinha de Natal vermelha, com um Papai Noel. Com simpatia, ele brinca com os clientes e diz para cooperarem porque ele precisa comprar uma casa própria.
Quem frequenta a padaria acaba ajudando. “Teve uma semana que um único cliente depositou R$ 120 de uma vez”, afirma Ernaldo, que pretende abrir uma poupança para o filho de 13 anos. Ele diz que espera arrecadar mais que no ano passado, quando os funcionários dividiram R$ 1.800.
Tradição
No Bar e Lanches Sabores, em Santa Cecília (região central), a caixinha é uma tradição há 14 anos, segundo o comerciante José Teixeira Hora, 43 anos. Neste ano, o irmão dele, um dos sócios, Manoel Teixeira Hora, 44 anos, “comprou” a parte de um funcionário, o cozinheiro Josinaldo Tavares da Fonseca, 39, por R$ 300. “Se na divisão da caixinha der mais que esse valor para cada, fico no lucro. Se der menos, terei prejuízo. Faz parte da brincadeira”, afirma Manoel.
O copeiro do bar Adriano Bernardo de Souza, 22 anos, espera ganhar mais que os R$ 260 de 2016. “Vou comprar presente para os meus dois filhos, o que está na Bahia, de 3 anos, e o que está aqui em São Paulo, de 2 anos. Uns R$ 300 seria bom”, calcula Souza. O bombeiro Santos Dias Neto, 49 anos, já contribui há três anos. “Eles merecem pelo excelente atendimento.”
Num salão de beleza do Campo Limpo (zona sul), a cabeleireira Neuza Dias, 46 anos, espera a grana da caixinha para comprar um vestido. “Quero estar bonita na virada do ano. Será um presente dos meus clientes.”