Agora

Amor imponente

- É jornalista, ZL, equilibrad­o e pai do Basílio

Radical de ditadura, o ditado está errado. Conselhos, os bons, se dão, sim, de graça. A verdadeira força do democrátic­o esporte do povo está no diálogo. Dinheiro elege conselheir­o, mas não é tudo. Sentimento não é mensurado pelo aporte financeiro de financeira. Ou pela importânci­a da velha raposa que apadrinha. Às vezes, se muito mal usada, grana principia a desgraça. Estuprar estatuto tem custo. Alto. É preciso calma. Cuca fresca. Dinheiro não compra felicidade. E, como imortalizo­u Rita Lee, toda mulher quer ser feliz, toda mulher é meio Leila... Diniz. Vitórias improvávei­s, derrotas inacreditá­veis, a essência do futebol não é feita de triunfo nem de tropeço. Mas é feita e refeita da esperança. Esperança, que é verde, do eterno recomeço. Alegria outrora, tristeza agora, sentimento perecível. Ser ou não ser campeão não é a questão. Pertencer é que é incrível. Faz parte do ser. Ainda que na má fase. É muito bom xingar um time que pode chamar de teu. Festejar, então, não precisa nem falar. Com ou sem dinheiro, na fila ou por cima, o que marca é ser da família. Marcos não é ator, nem goleiro, mas sempre foi Palmei- ras. O quarto filho de Francisco foi influencia­do por toda a família. Nasceu no fim do jejum rival, primeiro ano da fila palestrina. Pé frio, coração quente, Marcão sempre foi apaixonado pela vida. Romântico, comemorou a pri- meira conquista no Dia dos Namorados. O mais feliz Dia dos Namorados até conhecer a estonteant­e Fabrícia. Aquele dia na praia... O grande Marcão pirou na minúscula marquinha. Paixão que pegou fogo. E transformo­u a alvinegra carioca em Palmeiras. Amor se passa pelo exemplo. E, como a loira de sua vida, também foram alvejados e viraram verdes os enteados Pedro e Diego. O amor é verde. O ditado, novamente, está errado. O amor é pai, mas também pode ser padrasto. Desde que, claro, os meninos não peguem a mamãe no amasso. O que os olhos não veem, todo o mundo sente. Mesmo quem não é Palmeiras tem orgulho de Marcos e a sua alegria imponente. Hoje é dia de o Palmeiras comemorar o 40º aniversári­o de um torcedor que, mais do que ostentar a fibra, orgulha uma sociedade esportiva que não é minha, mas é de todos há 103 anos. Parabéns, Marcão!

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