Moradores cobram Doria por viagens para fora da capital
Paulistanos querem um Doria prefeito e ‘gestor da cidade’, não um pré-candidato às eleições de 2018
Esta semana, enquanto o prefeito João Doria (PSDB) visitava para Palmas (TO) e Natal (RN), de olho nas eleições para a Presidência em 2018, moradores de São Paulo cobraram um Doria prefeito e “gestor da cidade”, não précandidato. Foi o que a reportagem ouviu de paulistanos nos dias de viagens dele.
Desde que assumiu o cargo, há quase oito meses, Doria não conseguiu mudar o cenário geral de semáforos quebrados, praças e parques com falhas de zeladoria e ruas e avenidas esburacadas.
Na segunda-feira, por causa do entupimento de uma galeria, em Pinheiros, a cuidadora de idosos Ilda Vilanova, 50 anos, atravessava aos pulos uma esquina alagada às 16h30. A 1.700 km dali, Doria visitava uma emissora de TV em Palmas.
Ainda no Tocantins, Doria era recebido por uma claque com faixas de “Queremos Doria presidente”, enquanto moradores de um prédio na Bela Vista, no centro, relatavam os riscos de desabamento após a queda de um muro, que interditou quatro casas em maio. “Vejo o prefeito colocar roupa de gari, mas aqui ele não vem resolver o nosso problema. Ele é prefeito, não presidente. Deveria estar em São Paulo cuidando da cidade”, disse Rodolfo Terra, 33 anos, síndico.
Ontem, enquanto Doria visitava Natal, pedestres penavam para atravessar a rua Veridiana, na Santa Cecília. “Ele tem que mostrar muita coisa aqui para pensar em nível nacional”, disse o taxista Ricardo Cortez, 37 anos.
No parque Pinheirinho D’Água, em Taipas (zona norte), o cenário era de mato alto, cães abandonados e um vigia solitário. “Se viajou a trabalho, faz parte da política, né? Acho que ele quer ser presidente”, afirmou a técnica de enfermagem Valdirene Gomes, 39 anos.