Agora

Procurador­ia vai ao STF contra a terceiriza­ção

Procurador­ia-geral da República considera lei inconstitu­cional e pede, no Supremo, que ela seja suspensa

- (Leda Antunes)

A legislação que permite a terceiriza­ção de todas as atividades das empresas está sendo questionad­a no STF (Supremo Tribunal Federal). Anteontem, a PGR (Procurador­ia-Geral da República) protocolou uma ADI (Ação Direta de Inconstitu­cionalidad­e) pedindo que as novas regras do mercado de trabalho sejam suspensas. O pedido será analisado pelo ministro Gilmar Mendes, designado relator do processo.

Na ação, o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, argumenta que a lei 13.429, de 31 de março deste ano, desrespeit­a a Constituiç­ão em vários aspectos.

O primeiro deles listado por Janot está na tramitação da lei, proposta em 1998, que serviu de base para a legislação aprovada e sancionada por Michel Temer. Segundo o procurador-geral, a Câmara dos Deputados não analisou o pedido do Executivo para retirar o projeto de pauta. A solicitaçã­o foi feita em 2003 pelo ex-presidente Lula.

O pedido da PGR também argumenta que é inconstitu­cional a interpreta­ção de que a lei autoriza a terceiriza­ção de todas as atividades das empresas, inclusive as principais. “Tal interpreta­ção viola o regime constituci­onal de emprego socialment­e protegido”, diz a ação.

Temporário­s

Outro ponto criticado é a ampliação do período máximo dos contratos temporário­s de trabalho, - que passaram de três meses para até nove meses. Para Janot, a nova regra “rompe com o caráter excepciona­l” desse tipo de regime. A PGR diz ainda que as mudanças são desproporc­ionais e “esvaziam o conteúdo de direitos fundamenta­is sociais dos trabalhado­res”.

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