Marginais têm acidentes em alta e camelô fixo nas vias
Batidas com vítimas subiram 51% após novas velocidades. Março teve recorde mensal desde 2015
Desde que o programa Marginal Segura, do prefeito João Doria (PSDB), entrou em vigor, no final de janeiro, cresceram os atropelamentos, acidentes com motos, carros e caminhões, além do total de vítimas. Enquanto isso, boa parte das prometidas ações de segurança no trânsito não saiu do papel.
O programa, ancorado no aumento de velocidade nas marginais Tietê e Pinheiros, prevê série de ações para ampliar a segurança de pedestres, motoristas, motociclistas e passageiros.
Nos dois primeiros meses depois do aumento das velocidades (25 de janeiro), segundo dados da Polícia Militar, houve aumento de 51% nos acidentes com vítimas nas marginais em relação a fevereiro e março do ano passado (quando os limites ainda eram de 50 km/h na pista local, 60 km/h na central e 70 km/h na expressa).
Esses limites estavam em vigor desde julho de 2015, sob Fernando Haddad (PT), mas subiram para 60 km/h (local), 70 km/h (central) e 90 km/h (expressa).
Sob esses novos limites, as marginais bateram um recorde em março: 143 acidentes com vítimas, maior número mensal desde janeiro de 2015, quando começou a série histórica da estatística da PM. Não há, por ora, dado oficial tanto do governo do Estado quanto da prefeitura que mostre a velocidade dos veículos envolvidos em cada um desses acidentes.
Ambulantes
Nas duas últimas semanas, a reportagem circulou em diferentes horários ao longo dos 47 km das marginais e constatou que importantes medidas anunciadas por Doria como contrapartidas para elevar as velocidades não foi realizada, como retirar camelôs das pistas, retirar moradores de rua dos canteiros centrais das marginais, combater favelas que chegam ao limite das vias, instalar pontos de parada de ciclistas, colocar gradis e sinalização avisando a presença de pedestres e lombafaixas. Em alguns acessos às marginais, os pedestres não encontram nem mesmo uma faixa para a travessia.