Auditoria aponta controle frágil de faltas nas UBSs
Fiscalização mostra que 22% dos médicos não estavam no local que deveriam. Ponto ainda é feito no papel
Auditoria realizada em 20 UBS (Unidades Básicas de Saúde) da capital constatou um quadro de fragilidade no controle de frequência dos médicos e um número excessivo de faltas —22%.
A fiscalização foi feita no final do ano passado, na gestão Fernando Haddad (PT), por técnicos do Tribunal de Contas do Município em unidades administradas por quatro OSs (organizações sociais), contratadas pela Prefeitura de São Paulo, ou geridas diretamente pela Secretaria da Saúde.
O principal problema foi a ausência de ponto eletrônico. Em 90% dos casos, a folha de frequência era manual. Com esse sistema, atrasos podem ser desconsiderados, assim como é possível anotar a presença dias depois, mesmo que o médico não tenha trabalhado.
Na UBS Engenheiro Goulart (zona leste), administrada pela Seconci, um médico não foi encontrado, embora na folha constasse anotação prévia indicando sua saída no horário estipulado.
Na UBS Boracéa (região central), gerida pela Iabas, os médicos do Mais Médicos ficavam com suas folhas de frequência, segundo a supervisora, contrariando as regras em contrato.
Relator do processo, o con- selheiro João Antonio diz que levará seu parecer ao plenário do TCM após receber a posição das entidades que administram as UBS.
Das 20 unidades visitadas, cinco não tinham o quadro obrigatório, na sala de espera, com nome, especialidade e horário de trabalho dos médicos; sete apresentavam inconsistências. Na UBS Chácara Santo Antônio (zona sul), gerida pela secretaria, o quadro indicava erroneamente o dia da presença de um médico. Na UBS República (centro), da Iabas, um médico demitido estava na escala. O TCM constatou que 22% dos médicos não estavam nas UBS e o número de faltas é bem maior que a média no sistema da prefeitura (16%).