Centrais prometem greve contra mudanças no INSS
Governo discute criar idade mínima para a aposentadoria, mas sindicatos querem barrar a nova regra
Sob gritos de “greve geral” e “fora Temer”, as centrais sindicais aprovaram ontem uma carta contrária às reformas da Previdência Social e das leis trabalhistas, além das medidas econômicas em em curso no governo Temer.
A assembleia, na região central da capital paulista, também marcou a reunificação das maiores organizações de sindicatos de trabalhadores do país, cuja divisão foi acentuada após a abertura do processo de impeachment da presidente afastada, Dilma Rousseff.
A intenção do governo de obrigar a população a trabalhar mais anos para obter a aposentadoria, além da afirmação de ministros sobre a permissão para aumento da jornada de trabalho, por exemplo, motivaram a mobilização conjunta de CUT e CTB, com posições pró-Dilma, e de Força Sindical, UGT, CSB e NCST, que reconhecem o governo interino.
Favorável à paralisação caso as reformas avancem, o presidente da CUT, Vagner Freitas, disse que a “construção da greve geral” depende da união das centrais nas mobilizações programadas para o próximo dia 16 de agosto, em todo o país. “Não é o sindicato que vai fazer greve. O trabalhador vai fazer se tirar o direito dele.”
Com um discurso alinhado ao de Freitas, o presidente da Força Sindical, o deputado Paulo Pereira da Silva (SDSP), questionou a capacidade política de Temer para convencer o Congresso a votar as reformas. “Se um governo eleito não tem condições de fazer, imagine um que não foi eleito”, afirmou.
Ao Agora, Silva disse considerar “impossível a aprovação da idade mínima nas aposentadorias do INSS para trabalhadores da ativa.
O presidente da UGT, Ricardo Patah, apoiou as manifestações. “Ou vamos para as ruas, vestimos nossas camisetas de guerra, ou nós vamos sucumbir.”