Moçambique com fraco desempenho policial
afirmou que a falta de equipamento especializado e a fraca capacidade de investigação estão entre as principais l acunas do f raco desempenho policial na luta contra o crime organizado no país.
"Há uma necessidade de obter equipamento especializado e alargar as capacidades de investigação e competências para combater as actividades de grupos criminosos organizados complexos", refere-se na estratégia nacional de combate ao crime organizado, produzida pelo que Governo e pelo Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime (UNODC) a que a Lusa teve, na terça-feira, acesso.
No documento, o Executivo moçambicano admite, ainda, a existência de desafios de coordenação entre as instituições, acrescentando que falta uma "estratégia unificadora". "Nos últimos anos, os crimes que têm cometidos vão desde a vida selvagem (incluindo a pesca e a extracção mineira ilegais) e os crimes florestais até ao tráfico de drogas, pessoas, armas de fogo e produtos de contrafacção", refere-se no documento, destacando- se, também, o aumento de crimes cibernéticos. Para o Executivo moçambicano, a eficácia no combate cont ra o crime organizado depende de uma abordagem de "toda a sociedade", bem como uma "vontade política continuada".
"Na sequência da adopção formal da estratégia, adotarse-á um quadro comum de avaliação e monitoria e será solicitado às instituições que fazem parte do comité técnico interinstitucional que formule os seus próprios planos", acrescenta-se no documento.
A UNODC é uma agência das Nações Unidas especializada em assuntos de justiça criminal, droga e crime, estando a colaborar com o Governo de Moçambique ao abrigo de um acordo quadro para as áreas da Criminalidade organizada transnacional.
O Governo moçambicano aprovou, na sexta-feira, uma proposta de revisão da lei da polícia que prevê a criação de uma entidade de investigação de delitos criminais, visando dotar a corporação de capacidade de resposta ao novo tipo de delitos.
A proposta de revisão que prevê a criação do Ramo de Investigação de Delitos Criminais (RIC) ainda terá de ser aprovada pela Assembleia da República, disse o porta-voz do Conselho de Ministros, Filimão Suaze, citado pela Lusa.