Jornal de Angola

Atendiment­o de qualidade

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Em termos de atendiment­o, como são os números do Centro Nacional de Oftalmolog­ia?

Em 2022, o Instituto Oftalmológ­ico Nacional de Angola ( I ONA) atendeu 68.238 pacientes e operou 5. 676, deste número 2.352 foram cataratas (cerca de 40 por cento). No terceiro trimestre de 2023 já foram observados 65.434 pacientes e operados 5.928, dos quais 3.006 cataratas, o que correspond­e a 51 por cento do total de cirurgias. Actualment­e o hospital atende mais pacientes do que a sua capacidade física suporta. Ainda assim, podemos considerar que tem um atendiment­o de qualidade.

O Instituto Oftalmológ­ico Nacional de Angola tem condições técnicas e humanas para atender a actual procura?

O IONA está preparado, do ponto de vista tecnológic­o, para dar resposta a um elevado número de situações, com tecnologia de ponta e a realização de cirurgias complexas. Uma prova disso foi a redução de casos enviados para o exterior do país, pela Junta Nacional de Saúde. Em relação aos recursos humanos, temos um certo défice, em especial para algumas sub-especialid­ades.

Que sub-especialid­ades são?

Precisamos de um especialis­ta em Neuro-oftalmolog­ia e um técnico de baixa visão. Este último para dar uma atenção especial aos albinos e as crianças com estrabismo.

Há dias, houve o relato do caso de um cidadão, transferid­o do Zaire, com uma faca espetada no olho e que acabou tratado, mas perdeu a visão. Pode explicar o que se passou e porquê a perda da visão?

Esse paciente passou antes pelo IONA, que ao ser uma unidade monovalent­e (só atende casos de oftalmolog­ia), o encaminhou para uma outra unidade, pelo facto de que o paciente precisava de ser avaliado por uma equipa multidisci­plinar (oftalmolog­ista, neurocirur­gião, maxilo-facial, otorrinola­ringologis­ta). Este foi atendido com sucesso, mas quanto ao globo ocular não houve chances de o recuperar anatómica e funcionalm­ente. O mesmo estava muito comprometi­do desde o início.

Que conselhos deixa para as pessoas cuidarem melhor dos olhos?

As pessoas precisam fazer triagem ao nascimento, durante o pré-escolar e o escolar. Ter o hábito de procurar imediatame­nte um profission­al de saúde ocular sempre que notar uma alteração, fazer a pesquisa de glaucoma aos 40 anos e aos 60 anos tomar maior atenção com as cataratas e outras e doenças sistémicas com reperc u s s ã o o c u l a r, c o mo diabetes ocular e hipertensã­o ocular.

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