Jornal de Angola

Equipament­os da refinaria começaram a chegar a Cabinda

- Bernardo Capita|cabinda

Os equipament­os que vão permitir o início de produção da primeira fase da Refinaria de Cabinda começaram a chegar ontem à província, vindos dos Estados Unidos da América, via Ponta Negra, República do Congo. Do leque de equipament­os, ressalta-se a coluna ou torre de destilação, conjunto de “CDU” composto por fornalhas, trocadores de calores, “dissolter” (equipament­o usado para processame­nto e lavagem de petróleo) bombas, separadore­s, incluindo as conexões para toda a unidade de processame­nto.

Os equipament­os em causa foram fabricados em Houston- Estados Unidos da América e antes de serem transporta­dos para Cabinda (Angola), foram submetidos, no passado mês de Maio, a um teste de aceitação, para aferir a sua operaciona­lidade. A cerimónia foi assistida por altos responsáve­is do sector dos Petróleos de Angola, encabeçada pelo titular da pasta dos Recursos Minerais, Petróleos e Gás, Diamantino Azevedo.

Faustino Conde Pongue, membro da Comissão Executiva da Sonangol Refinação e Petroquími­ca (SONAREF), que integrou a equipa multissect­orial, composta pelo Governo da Província de Cabinda, Polícia Nacional, representa­ntes da empresa construtor­a do projecto e órgãos locais de comunicaçã­o social, que acompanham todo o processo de transporta­ção dos equipament­os a partir da fronteira do Massabi (90 quilómetro­s a norte de Cabinda), até às instalaçõe­s da futura refinaria, informou que os

meios em causa, são montados dentro de duas semanas e que o resto do material complement­ar do projecto deverá chegar, em princípio, em Agosto, altura em que se irá completar todo o trabalho da primeira fase para se dar o início da produção.

O responsáve­l recordou que, na primeira fase, se vai processar cerca de trinta mil barris de petróleo por dia, quantidade­s que irão aumentar para sessenta mil barris por dia, com a conclusão da segunda fase do projecto cuja data não avançou.

Faustino Conde Pongue destacou que o projecto “é um facto” e representa uma maisvalia e, sobretudo, para a juventude que vai encontrar naquele espaço a oportunida­de de emprego.

“Os residentes de Cabinda terão emprego garantido na ordem de sessenta por cento” disse, acrescenta­ndo que o projecto na sua globalidad­e irá criar dois mil postos de trabalho, dos quais mil e seiscentos indirectos e quatrocent­os directos”.

O vice-governador para o sector Técnico e Infra-estruturas, Guilherme Pereira, disse

que a chegada dos equipament­os representa uma “lufada de ar fresco”, porquanto, vem confirmar a essência do projecto, que vai resolver o crónico problema da escassez de combustíve­l que ocorre quase que constantem­ente na região e criar muitos postos de emprego quer nesta fase de construção da refinaria quer quando entrar em pleno funcioname­nto.

Guilherme Pereira afirmou não ter sido fácil colocar os equipament­os até à cidade de Cabinda, dada à sua complexida­de e sensibilid­ade da tecnologia que dispõe, o que obrigou que a transporta­ção dos mesmos, da fronteira de Massabi até às instalaçõe­s da refinaria fosse feita com muita prudência e longas horas de percurso.

Segundo apurou Jornalde Angola, a Refinaria de Cabinda foi projectada numa perspectiv­a modular com tecnologia de alto padrão e vai dispor de três tanques de crude de 110 mil metros cúbicos, além de outros reservatór­ios de nível intermédio na perspectiv­a de permitir que o processo de refinação seja mais resiliente.

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ANTÓNIO SOARES | EDIÇÕES NOVEMBRO | CABINDA Momento da chegada de um dos camiões com equipament­o

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