Sonangol troca energias fósseis por renováveis
Medida é parte da decisão para descarbonizar as operações com a introdução de fontes limpas em projectos estruturantes
descarboniza as operações em novos projectos, com a introdução de componentes de energias renováveis no Terminal Oceânico da Barra do Dande e na Refinaria de Cabinda, como parte das decisões tomadas para conformar a companhia à transição energética, adoptada pela maior parte das petrolíferas em todo o mundo.
O presidente da Comissão Executiva da Unidade de Negócio de Gás e Energias Renováveis, Manuel Barros, anunciou, quinta-feira, que a companhia adoptou dois grandes grupos de projectos de descarbonização das operações, onde se enquadram as decisões da introdução de componente de renováveis no Terminal Oceânico da Barra do Dande e na Refinaria de Cabinda.
De acordo com Manuel Barros, foi identificada uma capacidade de fornecer 15 megawatts (MW) do Terminal Oceânico da Barra do Dande e oito para Refinaria de Cabinda, estando em curso, nos dois casos, estudos para a análise do comportamento e do tipo de equipamento para dimensionar os paineis solares.
Para acentuar a transição energética, a Sonangol também adopta projectos de hibridização, em iniciativas que visam a redução do consumo de “diesel” a nível das centrais térmicas, onde o potencial estimado é de 235 MW.
A companhia projecta, ainda, a construção de um parque fotovoltaico na região Norte, com uma capacidade de 100 MW, numa operação detida pela Sonangol em 100 por cento, ao contrário das outras duas já em construção no Sul do país, onde a petrolífera estatal angolana está associada a parceiros estrangeiros como a italiana ENI e a francesa Totalenergies.
Manuel Barros lembrou que, numa parceria com a ENI, a Sonangol está a construir os projectos de energia solar do Caraculo, na Bibala (Namibe) e da Quilemba (Huíla), o primeiro com uma potencia de 25 MW, na primeira fase, e igual potência na segunda fase, ou uma potencia de 59 gigawatts por ano.
O projecto Quilemba é detido pela Sonangol, Totalenergies e Greentech, estando concebido para uma capacidade de geração de 40 MW na primeira fase e mais 100 MW na segunda.
Os benefícios dos dois projectos residem na electrificação de mais de sete mil residências no Caraculo e 7,5 mil na Quilemba, a redução da emissão de gases de efeito de estufa e uma poupança significativa a nível do consumo de diesel, destacou o responsável.
Carregadores eléctricos
Nessa mesma acepção, disse Manuel Barros, a Sonangol decidiu electrificar 18 postos de abastecimento com uma potencial de 3,0 MW, estando a decorrer estudos que visam o dimensionamento dos paineis solares, em postos com uma componente para a electromobilidade, com carregadores para veículos eléctricos.
“Estas são as grandes iniciativas que nós temos no âmbito do processo de transição energética que está a decorrer a nível do grupo Sonangol”, afirmou o presidente da Comissão Executiva da Unidade de Negócios de Gás e Energias Renováveis.
A Sonangol está a aplicar uma estratégia para se transformar de empresa nacional de petróleo ( NEP) para empresa nacional de energia (NEC), no processo de adopção das noções da transição energética pela companhia.
Estes projectos juntam-se a outros, liderados pelo Ministério da Energia e Águas, em Benguela, onde estão em curso obras para a conclusão da Central Fotovoltaica do Biópio (para produzir 188,8 MW) e Baía Farta (96,7 MW), com a previsão de que ficam concluídos em Maio e Junho do próximo ano, respectivamente.
As obras na Central do Biopio, com um custo acima dos 256 milhões de euros, estavam, em Março, concluídas em 53,81 por cento, e na da Baía Farta, em 75,42 por cento, decorrendo “com a celeridade que se impõe”, de acordo com declarações em Março divulgadas pelo Ministério da Energia e Águas.
Sonangol vai electrificar 18 postos de abastecimento, incluindo uma componente electromecânica com carregadores para veículos eléctricos