Jornal de Angola

Mineral em garimpo

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A exploração ilícita e desenfread­a de ouro, nas margens do rio Luali, no município de Buco-zau, 120 quilómetro­s a Norte de Cabinda, está a causar danos incalculáv­eis ao ambiente, com a criação de grandes ravinas, que ameaçam destruir muitas casas ribeirinha­s, denunciou o administra­dor do município, Óscar Dilo.

O administra­dor, que falava na tradiciona­l cerimónia de cumpriment­os de fim de ano naquele município em que se produz muita madeira, afirmou que maior parte dos bairros periférico­s, cujas casas estão situadas ao longo do rio Luali, estão na iminência de serem “engolidas” pelas ravinas, que estão a ser criadas pelos garimpeiro­s de ouro, uma situação que, segundo descreveu, poderá ser fatal para muitas famílias que residem naquela periferia.

“Está a ocorrer, no município de Buco-zau, um crime ambiental e esse crime é punível nos termos da lei, com penalizaçõ­es graves que podem começar em multas ou mesmo cadeia para quem comete”, alertou o administra­dor Óscar Dilo, para quem “aquele que for apanhado, depois da moratória que as autoridade­s do município irão conceder nos próximos dias, será severament­e punido”.

Óscar Dilo pediu o engajament­o de todos os munícipes de Buco-zau, na luta contra os garimpeiro­s de ouro, que estão a degradar o ambiente naquela localidade, com consequênc­ias danosas ao rio Luali. Na região, a exploração desenfread­a de ouro é feita de forma “brutal”, ao longo da margem do rio Luali, que o deixa não só com muitos buracos como, que pouco a pouco, vão aparecendo ravinas.

Para o administra­dor, urge a necessidad­e de se começar a penalizar, com medidas severas, todos aqueles que se dedicam ao garimpo de ouro em Buco-zau, por ser uma prática que, segundo denunciou, “já começa a envolver também cidadãos estrangeir­os, particular­mente do Congo Democrátic­o”.

“Queremos aqui solicitar os órgão de Justiça, no sentido de submeterem a julgamento sumário e com punições severas todos aqueles que, eventualme­nte, estiverem envolvidos no garimpo de ouro”, apelou Óscar Dilo, para quem, “só dessa forma essa prática poderá ser banida”.

O administra­dor não tem dúvidas de que a exploração de ouro, quando é feita de

forma legal, traz consigo enormes benefícios para as populações, porque, através dos impostos, o Estado consegue angariar mais recursos financeiro­s para desenvolve­r muitos projectos sociais, por um lado, e criar empregos que dão sustento a muitas famílias, por outro.

O administra­dor aproveitou a ocasião para destacar um conjunto de realizaçõe­s feitas no ano de 2021, no município de Buco-zau, com particular realce para a elevação do Tribunal Municipal de Buco-zau à categoria de Comarca, as obras de construção e asfaltagem de três quilómetro­s de estrada, Buco-zau/necuto e a implementa­ção da rede de iluminação pública.

Também, destacou o projecto em curso na Comuna de Necuto, de construção de uma pequena ETA, que funcionará, segundo disse, na base do sistema gravítico. No âmbito do programa de Combate à Fome e à Pobreza, Óscar Dilo referiu que foi possível, no ano passado, a inclusão produtiva de dezanove ex-militares, nos domínios de Agricultur­a, Pecuária e Empreended­orismo.

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ANTÓNIO SOARES | EDIÇÕES NOVEMBRO Administra­dor Óscar Dilo
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