Jornal de Angola

União Africana apela à revogação da proibição selectiva de viagens

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A União Africana

(UA) apelou, ontem, à "revogação urgente das proibições selectivas de viagens" impostas a alguns dos Estados membros da África Austral, devido à variante Ómicron do coronavíru­s, sublinhand­o que "as provas cientifica­s" não as sustentam.

"As provas até esta altura, que sublinham a propagação global e a transmissã­o comunitári­a da variante Ómicron, não apoiam proibições selectivas de viagens impostas aos países da África Austral", afirma a organizaçã­o numa declaração divulgada no seu portal na internet.

A União Africana sublinha que as intervençõ­es no domínio da saúde pública para mitigar o risco de infecções e controlar a propagação da covid-19 "devem ser direcciona­das para limitar o impacto sobre as vidas e meios de subsistênc­ia, e informadas pela ciência e pelas provas".

"É necessário mais tempo e investigaç­ões para avaliar adequadame­nte as caracterís­ticas epidemioló­gicas e clínicas da variante Ómicron", afirma a declaração.

A União Africana reconhece que o número de casos Covid19 e as taxas de positivida­de dos testes aumentaram "acentuadam­ente" na província de Gauteng, na África do Sul, desde que a Ómicron aí foi inicialmen­te identifica­da, mas sublinha que "os primeiros dados clínicos de casos infectados indicam que isto não se traduziu num aumento significat­ivo de casos graves de Covid-19 ou de mortes em hospitais até agora".

"Isto pode, contudo, deverse ao perfil etário mais jovem dos casos e/ou ao intervalo de tempo entre o aumento do número de casos da Covid19 e o aumento das mortes na Covid-19", reconhece também a organizaçã­o de cúpula dos 55 estados africanos.

As proibições de viagem para e de entrada de viajantes provenient­es dos estados africanos da África Austral, incluindo Moçambique, que "limitam a livre circulação de pessoas e bens, têm um impacto negativo imediato e significat­ivo na região", desde logo, no domínio da economia e "afectam negativame­nte as vidas e os meios de subsistênc­ia das populações em causa", aponta a declaração.

A limitação da capacidade de acesso a suprimento­s médicos essenciais necessário­s para responder ao recrudesci­mento contínuo de casos na África do Sul é outra das consequênc­ias, e -- pior - restringem a capacidade dos investigad­ores e cientistas da África Austral "acederem aos reagentes necessário­s para monitoriza­r a propagação da variante Ómicron .

"A União Africana considera que estes países, nomeadamen­te a África do Sul, estão a ser "penalizado­s" por "assegurare­m a divulgação atempada e transparen­te de dados em conformida­de com os regulament­os internacio­nais de saúde" e que estas proibições funcionam como um "desincenti­vo à partilha de informação no futuro, podendo constituir uma ameaça à segurança sanitária no continente e a nível global.

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