Jornal de Angola

Vacina portuguesa termina ensaios não clínicos com “elevada segurança”

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A biotecnoló­gica portuguesa Immunethep anunciou ontem que os ensaios não clínicos da sua vacina contra o coronavíru­s já terminaram e demonstrar­am “uma elevada segurança e eficácia” numa infecção letal por SARS-COV-2.

Em comunicado enviado à agência Lusa, a empresa sediada em Cantanhede, no distrito de Coimbra, refere que, nos ensaios não clínicos, foram usados como modelo animal os ratinhos transgénic­os K18-HACE2 que, infectados com o coronavíru­s, desenvolve­m uma doença semelhante aos humanos.

Citado no documento, o cofundador e director científico da Immunethep afirma que, “através destes ensaios não clínicos e da taxa de sobrevivên­cia de 100% observada, foi possível confirmar a eficácia da vacina em infecções letais por SARS-COV-2”.

A biotecnoló­gica portuguesa sediada em Cantanhede, Portugal, estava a realizar ensaios pré-clínicos da sua vacina Silba (SARS-COV-2 Inactivate­d for Lung B and T cell Activation), há vários meses.

“Após a infecção com um inóculo letal do vírus, verificamo­s que, comparativ­amente aos ratinhos controlo (que não sobreviver­am), os animais vacinados com a Si1ba tinham uma sobrevivên­cia de 100%, observável logo na primeira semana após a infecção. Além disso, não demonstrar­am quaisquer efeitos adversos após a vacinação”, lê-se na nota.

Desde a sua fundação, em 2014, que a Immunethep se tem dedicado ao desenvolvi­mento de imunoterap­ias, principalm­ente contra infecções bacteriana­s multirresi­stentes, contando actualment­e com 10 colaborado­res.

“A realização deste projecto em Portugal permite o desenvolvi­mento de competênci­as únicas à escala global no desenvolvi­mento de vacinas e outros produtos biológicos”, conclui o cofundador e director executivo da Immunethep, Bruno Santos.

Este responsáve­l sublinha ainda que o rápido apoio por parte das entidades governamen­tais" é essencial para que possamos dar continuida­de aos ensaios clínicos da vacina, a tempo de contribuir para a resolução da pandemia da Covid-19”.

Novos casos

Portugal passou na última semana de segundo para quarto país da União Europeia (UE) com mais novos casos diários de infecção por SARS-COV-2 por milhão de habitantes, apesar de ter subido neste indicador.

Nos dados do 'site' estatístic­o Our World in Data, Portugal tem uma média de 268 novos casos diários por milhão de habitantes, enquanto o Chipre apresenta uma média de 1.012, Países Baixos de 386 e Espanha de 319. Os países da UE com menos novos casos continuam mais a Leste: Polónia com 2,1, Roménia com 2,2, Hungria (4,1) e Eslováquia (5,6).

Embora não esteja na União Europeia, o Reino Unido surge entre os países do continente europeu com os números mais elevados e uma média de novos casos a sete dias de 477 por milhão de habitantes.

Entre os países do resto do mundo com mais de um milhão de habitantes, Portugal subiu do 20.º para o 15.º lugar, numa lista encabeçada por Chipre, Tunísia (661 novos casos), Mongólia (597,83), Namíbia (550,53), Reino Unido (477) e Cuba (474).

A média de novos casos nos últimos sete dias na União Europeia situa-se em 83, mais do dobro da média de 39 da semana passada, e no mundo em 56,45, quando na semana passada era 49.

Quanto à média diária de mortes atribuídas à Covid-19 por milhão de habitantes nos últimos sete dias, Portugal é o terceiro país da lista de países da União Europeia, com uma média de 0,66, superior às 0,39 registadas no início da semana passada.

Acima de Portugal estão Roménia, com uma média diária de novas mortes de 1,83, e Grécia, com uma média de 0,77.

No resto do mundo, Namíbia (20), Tunísia (12,23), Colômbia (10,86) e Paraguai (10,36) são os países com mais de um milhão de habitantes em pior situação.

Em termos de vacinação, em números actualizad­os no domingo no Our World in Data, Portugal tem 42 por cento da população completame­nte vacinada, um pouco acima da média de 39,6% da União Europeia.

A pandemia de Covid-19 provocou pelo menos 4.044.816 mortos em todo o mundo, entre mais de 187,2 milhões de casos de infecção pelo novo coronavíru­s, segundo o balanço mais recentedaa­gênciafran­ce-presse.

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