Governo interino pede ajuda militar aos EUA
O Governo interino do Haiti disse ter pedido aos Estados Unidos que enviassem tropas para proteger as principais infra-estruturas, enquanto tenta estabilizar o país e se preparar para as eleições, após o assassínio do Presidente Jovenel Moise.
“Definitivamente precisamos de ajuda e pedimos ajuda aos nossos parceiros internacionais”, disse o Primeiro-ministro interino, Claude Joseph, à agência de notícias Associated Press (AP) numa entrevista por telefone na sexta-feira. “Acreditamos que os nossos parceiros podem ajudar a Polícia Nacional a resolver a situação”, acrescentou Joseph.
O Governo de Biden não deu, até ontem, alguma indicação de que fornecerá assistência militar ao Haiti.
Por enquanto, o Executivo norte-americano pretende apenas enviar funcionários do FBI para ajudar a investigar um crime que mergulhou o Haiti, um país já devastado pela pobreza e pela violência de gangues, numa batalha desestabilizadora pelo poder e num impasse constitucional.
Na sexta-feira, um grupo de legisladores anunciou que havia nomeado Joseph Lambert, actual líder do Senado no Haiti, como Presidente interino, num desafio directo à autoridade do Governo interino de Claude Joseph.
Os parlamentares também reconheceram como Primeiro-ministro Ariel Henry, que Moise seleccionou para substituir Claude Joseph um dia antes de ser morto, mas que ainda não havia assumido o cargo ou formado o Governo.
“Não estou interessado numa luta pelo poder”, disse Joseph, que assumiu a liderança do país com o apoio da Polícia e dos militares.
“Só há uma maneira de as pessoas se tornarem Presidente no Haiti. E isso é por meio de eleições”, indicou.
Centenas de haitianos reuniram-se diante da Embaixada dos Estados Unidos em Porto Príncipe, implorando para sair do país. Mulheres carregavam bebés e jovens agitavam passaportes e documentos de identidade enquanto gritavam: “Refúgio!” e “Ajuda!”.