Bandas tradicionais divulgam o folclore
O improviso tem sido, nos últimos tempos, a opção da maioria das bandas musicais para suprir as lacunas existentes no mercado nacional, no acompanhamento instrumental de músicos de estilos tradicionais.
Os poucos agrupamentos e bandas especializadas têm encontrado poucos espaços para o desenvolvimento das suas actividades, por existir uma fraca aposta nos estilos musicais tradicionais e nos seus intérpretes.
Os músicos desses estilos encontram algumas dificuldades para serem acompanhados, o que tem obrigado muitos artistas a optarem pelo play back, nas actividades artísticas e culturais.
Em declarações, ontem, ao Jornal de Angola, o director artístico, teclista e percussionista da banda tradicional “Real”, Esteves Bento, disse ter criado o conjunto em 2011, na altura como generalista. Há três anos, explicou, apercebendo-se da carência de bandas especializadas para o acompanhamento dos músicos de estilos tradicionais, decidiu dedicarse somente a esses géneros musicais.
Segundo o instrumentista, o mercado precisa de mais grupos musicais especializados para ajudar a promover e divulgar as músicas de raiz e os seus intérpretes. “Sentimos que havia poucas bandas e que os músicos tinham dificuldades no suporte instrumental, por isso, decidi criar o meu projecto que tem tido muita aceitação no mercado”.
A banda, que foi o suporte instrumental do Festival de Música Tradicional “Corredor do Kwanza”, realizado na passada sexta-feira, na Quiçama, é composta por Esteves Bento (director artístico, tecladista e percussão), Petelo Sá (guitarra solo), Kito (guitarra ritmo), Bem Joly (guitarra baixo), Guelor (bateria), Valdo (percussão), Melma Capata e Nauricas (coros).
Facilidade comunicativa
O técnico de som Seguka Cassule, um dos mais solicitados no marcado, reconhece que trabalhar com bandas que dominam a matéria facilita nomomentodosacertosfinais, por estarem habituadas a acompanhar instrumentalmente os músicos promotores e preservadores do folclore.
Para o técnico de som, é importante que se incentive a criação de bandas musicais especializadas, em determinados estilos, porque facilita nos momentos de ensaios e durante a realização de quaisquer actividades músico-cultural.
Quem corrobora com o mesmo pensamento é o técnico de som Manuel Chapim, que coordena o som entre a “régi” (local para controlo técnico sonoro de um espectáculo) e o palco.
De acordo com o técnico, existe uma maior interacção e facilidade de comunicação quando a banda já conhece os mais variados estilos musicais tradicionais e as características dos próprios cantores.