Zuma condenado a 15 meses de prisão
O Tribunal Constitucional da África do Sul condenou, ontem, o ex-presidente Jacob Zuma (2009-2018) a 15 meses de prisão por desrespeito ao tribunal, ao recusar repetidamente cumprir a citação que lhe exigia o testemunho em investigações de corrupção.
A sentença lida ontem no mais alto tribunal da África do Sul em Joanesburgo pelo juiz Sisi Khampe afirma que Zuma procurou minar a autoridade do poder judicial com “egrégio” e “ataques calculados” e que não há outra opção senão enviar uma “mensagem retumbante”, para garantir o Estado de Direito e a confiança da sociedade nos tribunais.
Zuma,deacordocomadecisão, deve entregar-se à Polícia no prazo de cinco dias, caso contrário, o tribunal determina que o Estado, através do Ministério da Segurança, deve assegurar que as ordens sejam cumpridas.
Declaração de inocência
O ex-chefe de Estado e a companhia de armamento francesa Thales declararam-se inocentes das acusações de fraude, extorsão, corrupção, evasão fiscal e lavagem de dinheiro, num tribunal sulafricano. O julgamento realizado na capital da província do Kwazulu-natal, litoral do país, após vários recursos do ex-presidente refere-se a um caso de corrupção pública de aquisição de armamento com mais de 20 anos e que envolve o grupo francês Thales.
O caso de alegada corrupção na aquisição de armamento pelo Estado sulafricano foi o maior escândalo de corrupção pública nos primeiros cinco anos de democracia na África do Sul, após o escândalo de corrupção em torno da peça teatral Sarafina, em 1996, no mandato do ex-presidente Nelson Mandela.
Jacob Zuma foi forçado a demitir-se após uma série de escândalos.
O seu sucessor e actual Chefe de Estado sul-africano, Cyril Ramaphosa, prometeu erradicar a corrupção no país.