Guterres assume segundo mandato no dia 18 de Junho
O Secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), António Guterres, vai prestar juramento e tomar posse, para um segundo mandato, em 18 de Junho, confirmou fonte da Assembleia Geral.
A sessão plenária da Assembleia Geral das Nações Unidas, para aprovação de uma recomendação do Conselho de Segurança para recondução ao cargo de António Guterres, foi marcada para o dia 18 de Junho, sextafeira, a partir das 9h00 locais (14h00 em Angola).
No mesmo dia e depois de a Assembleia Geral proceder à aprovação e confirmação formal da escolha, António Guterres vai tomar posse como Secretário-geral da ONU pela segunda vez, para um mandato até final de 2026.
O final do segundo mandato corresponderá a dez anos desde que António Guterres tomou posse como Secretário-geral da ONU, em Dezembro de 2016.
Na passada terça-feira, o Conselho de Segurança das Nações Unidas, com 15 Estados-membros, aprovou, por unanimidade, um documento que seguiu para a Assembleia Geral, de 193 Estados-membros, para recomendar a recondução de António Guterres no cargo de Secretário-geral.
A recandidatura de António Guterres, para que o antigo Primeiro-ministro português e antigo Alto-comissário da ONU para os Refugiados se disponibilizou no início deste ano, foi oficialmente anunciada pelo Governo português em 24 de Fevereiro, com uma carta assinada pelo actual chefe de Governo, António Costa, e endereçada aos dois órgãos das Nações Unidas.
Em Março, António Guterres divulgou a sua visão para um segundo mandato e em 7 de Maio apresentou-se para uma sessão de diálogo informal na Assembleia Geral, onde respondeu a perguntas dos Estadosmembros e da sociedade civil sobre como pretende dirigir as Nações Unidas nos próximos cinco anos e no qual ouviu elogios vindos de representantes dos mais variados países pelo seu primeiro mandato.
Na altura, o Secretáriogeral propôs-se continuar no cargo como “construtor de pontes” e “intermediário honesto”, com o objectivo de enfrentar “riscos existenciais”, como as alterações climáticas, degradação ambiental, desigualdades, ciberataques, proliferação nuclear, ou violações de direitos humanos.
“O Secretário-geral sozinho não tem todas as respostas, nem procura impor os seus pontos de vista”, afirmou António Guterres em Maio, defendendo o apoio mútuo entre a ONU e os 193 Estados-membros, posicionando-se como “convocador, um mediador, um construtor de pontes e um intermediário honesto” para ajudar a encontrar “soluções que beneficiem a todos”.
Satisfeito com “alguns progressos”, Guterres declarou ser preciso “superar alguns dos legados do século XX e uma série de contradições” na ONU, como as guerras e “conflitos que são mais complexos do que nunca”.
António Guterres, ex-primeiro-ministro de Portugal e antigo Alto-comissário das Nações Unidas para os Refugiados, foi eleito Secretáriogeral da ONU em 2016, após uma acirrada disputa entre 13 candidatos.
Assumiu o cargo a 1 de Janeiro de 2017. Embora todos os Secretários-gerais da ONU tenham sido reconduzidos a um segundo mandato, à excepção do egípcio Boutros Boutros Gahli, que foi vetado pelos Estados Unidos, este ano sete personalidades apresentaram a candidatura ao cargo, mas nenhuma, à excepção de Guterres, teve o aval formal do seu Governo, requisito necessário exigido pela ONU.