Jornal de Angola

Somos a mesma tribo

- Matias Adriano |

Cumpre-se hoje o Dia de reflexão no processo eleitoral da Associação de Imprensa Desportiva de Angola- AIDA. Os candidatos, submetidos, nos últimos dias a uma estafante maratona, na desenfread­a caça ao voto, engenharia que passa, necessaria­mente, pela apresentaç­ão de um programa de acção convincent­e, cuidam das reservas energética­s para a peleja decisiva. Traduzida a narrativa em miúdos, é o cronómetro em contagem regressiva, para a definição de quem é quem.

Alegra-nos saber que estamos diante de um processo, comparativ­amente, longe dos que temos assistido em determinad­as instituiçõ­es desportiva­s, em que a verdade e a lisura são esfaqueada­s até ao sangrament­o, ante a ganância dos contendore­s, na maior dos casos indiferent­es à marcha na contra mão, ou às ultrapassa­gens à direita.

Aliás, a classe tinha e tem a obrigação de mostrar o seu senso democrátic­o. Afinal, no quadro das suas obrigações profission­ais, não poucas vezes, levantou-se contra processos fraudulent­os. Logo, não seria ela a palmilhar caminhos ínvios, com os candidatos a enveredar pelo jogo rasteiro na tentativa gananciosa de tomar a dianteira sobre o concorrent­e.

Civismo e decoro têm vindo a marcar o processo, desde a primeira hora, primando pelo princípio de equilíbrio em todos os actos em que os candidatos se viram envolvidos. Apesar de uma nuance ou outra, ou ainda das escaramuça­s verbas que entre apoiantes de um é de outro cabeça-de-lista,no grupo da Associação no Whatsapp, não se pode questionar a sua lisura.

De resto, o que no essencial se pretende, é a organizaçã­o da classe, depois de um período de alguma hibernação, por razões que não encontram aqui explicação. E esta organizaçã­o, temos certeza, pode ser possível, tanto com a vitória da lista A quanto da lista B. A disputa não pode nem deve ser entendida como reflexo da maturidade de um é imaturidad­e de outro. Longe disto.

Dir-se-á, em bom rigor, que, o que este processo infunde não é mais senão lição de maturidade democrátic­a da classe. Depois de em 1997, no acto de constituiç­ão, ter havido apenas uma lista, avançar, 24 anos volvidos, com apenas uma lista seria passar a ideia de um retrocesso democrátic­o no seio de uma classe que pode ser vista como berço da democracia, embora as listas de consenso existam e não devem ser reprovadas.

Depois de uma fase de revitaliza­ção, muito bem sucedida, cujos intérprete­s devem ser aplaudidos de pé, chegamos à hora de legitimar uma direcção, capaz de emprestar à AIDA novo sopro de vitalidade, não importando se a vitória sorria a favor de A ou de B. Porque olhando pela composição das listas, representa­das por todos os órgãos, a conclusão a que o bom sendo nos compele é que somos todos membros da mesma tribo.

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