Jornal de Angola

Venda de máscaras cirúrgicas atrai jovens

- Adolfo Mundombe | Huambo

do ano passado, a venda de máscaras cirúrgicas tomou conta das ruas do Huambo. Não há local em que não se vê homens e mulheres, incluindo crianças, a venderem este meio de biossegura­nça contra a Covid-19.

O negócio, antes controlado pelas farmácias e lojas, cresce diariament­e, com as artérias da cidade do Huambo a registarem um número crescente de vendedores, que já conhecem “o canal” de compra de caixa de máscaras cirúrgicas a preço acessível.

Feliciana Etossi, 18 anos, deixou a venda de produtos de higiene para entrar no negócio das máscaras. “Fui convidada por uma amiga, na fase do Estado de Emergência, para conseguir aguentar-me com as despesas de casa. Não se ganha muito, mas já ajuda para a compra do pão”, disse, acrescenta­ndo que, inicialmen­te, vendia máscaras de pano, feitas por alfaiates, a 500 Kwanzas.

Laurindo Venâncio, outro vendedor que calcorreia diversos pontos da cidade, diz que o surgimento em grande quantidade de máscara cirúrgica fez desaparece­r a de tecido, feita por alfaiates. O produto é adquirido em farmácias e é revendido na rua. “Compramos uma caixinha de cinquenta máscaras cirúrgicas a 2500 Kwanzas e obtemos um lucro de cinquenta por cento. O negócio é rentável”, confessou.

Na Avenida da Independên­cia, passagem de nível, Pedro Manuel Sandende, que foi lotador de táxi, abraçou esta actividade por ter um “amigo farmacêuti­co” que lhe fornece a "caixinha". Sublinha que a pandemia tem sido um grande problema para muitas famílias, mas confessa que é também uma oportunida­de para fazer negócio.

“Da farmácia fornecedor­a recebo por dia duas caixinhas de máscaras. Vendo na cidade e o lucro é para mim. Estou satisfeito com o negócio. Além do rendimento que tenho, acho, também, que estou a contribuir para que os demais cidadãos estejam protegidos da Covid19”, alegou.

Adriana Inês afirma que a venda ambulante de máscaras de protecção contra a Covid19 facilita a vida de muitos utilizador­es, que deixam de se deslocar às farmácias, algumas das quais distantes de casa, mas apela aos vendedores para os cuidados com a higiene no momento de entregar o meio ao cliente.

Lídia Vitumbo frisou que o negócio de máscara trouxe ocupação a muitos jovens, que conseguem algum proveito. “Há famílias que hoje dependem da venda de máscaras. Mesmo vendendo outros produtos, não falta máscara de lado”, disse.

Segundo ela, o aumento do número de pessoas que se dedicam à venda de máscaras cirúrgicas deve-se, em parte, ao baixo preço que se pratica.

“Desde que baixou de 100 para 50 Kwanzas, a procura tem sido maior. Isso, também, fez com que aumentasse o número de vendedores, por falta de emprego”, lembrou.

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