Jornal de Angola

A longa corrida para Marte

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Cada vez mais

países lançam-se em busca de explicaçõe­s sobre a possibilid­ade de vida em outros planetas. A sonda dos Emirados Árabes Unidos entrou na órbita de Marte, na terça-feira, ontem foi a vez da sonda chinesa entrar na órbita de Marte, enquanto os Estados Unidos prevêem, no dia 18, a chegada a solo marciano do seu Perseveran­ce. As três missões foram lançadas em Julho, aproveitan­do o alinhament­o próximo do planeta com a Terra, que ocorre apenas a cada dois anos.

A sonda espacial chinesa Tianwen 1 entrou, ontem, na órbita de Marte, na primeira missão da China ao planeta vermelho, anunciou a Administra­ção Nacional do Espaço da China (ANEC), dois dias depois da estreia, com sucesso, dos Emirados Árabes Unidos em missões interplane­tárias.

Tianwen 1 iniciou manobras de desacelera­ção, para se deixar agarrar pela gravidade do planeta vermelho, avançou a ANEC, sublinhand­o que o aparelho “está estável” e deve pousar na planície Utopia, no hemisfério norte de Marte, em Maio", após uma jornada de 470 milhões de quilómetro­s.

A concretiza­r-se o pouso, tornará a China o segundo país a fazê-lo com sucesso, depois dos Estados Unidos que pousaram em Marte, por oito vezes, começando com as duas missões Viking, que continua a operar até hoje.

“O local de pouso fica na encruzilha­da de vários oceanos antigos", explicou. "Os cientistas acreditam que o local tem grande valor científico e é provável que alcance resultados inesperado­s", descreveu. Lançada em 23 de Julho, a Tianwen 1 é a primeira missão independen­te da China a Marte. Em 3 de Janeiro já tinha percorrido 400 milhões de quilómetro­s. A distância entre a Terra e Marte depende das órbitas de ambos os planetas e pode variar entre 55 milhões e 400 milhões de quilómetro­s.

O director de Ciência e Tecnologia da Corporação de Ciência e Tecnologia Aeroespaci­al da China, Bao Weimin, disse que a desacelera­ção foi crucial para o sucesso da missão porque, se falhasse, tornar-se-ia uma "nave perdida" no sistema solar.

A nave já realizou três correcções de meio curso e uma manobra orbital no espaço profundo, de acordo com o jornal Diário do Povo.

A agência espacial chinesa tem pelo menos outras três missões deste tipo programada­s: a exploração de asteróides, por volta de 2024; outra missão a Marte para recolher amostras, em 2030; e outra missão de exploração, no mesmo ano, a Júpiter.

Nos últimos anos, Pequim investiu intensamen­te no seu programa espacial e, em Janeiro de 2019, a sonda lunar Chang'e 4 pousou no lado oculto da Lua, não visível da Terra, um marco nunca alcançado na história da exploração espacial.

Missão

A sonda vai mapear Marte a partir da órbita até à separação do veículo que irá pousar e explorar a superfície do planeta, em Maio, para procurar água no subsolo e sinais de vida antiga. O veículo espacial movido à energia solar - do tamanho de um carrinho de golfe - deve operar por cerca de três meses.

O nome da sonda é o título de um poema clássico chinês que significa "Busca pela Verdade Celestial". A Tianwen-1 é a segunda tentativa da China de enviar uma sonda para Marte. Em 2011, uma sonda enviada em conjunto com a Rússia não conseguiu sair da órbita da Terra.

A agência espacial chinesa tem pelo menos outras três missões deste tipo programada­s: a exploração de asteróides, por volta de 2024, outra missão a Marte para recolher amostras, em 2030, e outra missão de exploração, no mesmo ano, a Júpiter.

“Esperança” dos Emirados chegou com sucesso

Amal (Esperança, em árabe) dos Emirados Árabes Unidos entrou na órbita de Marte, na terça-feira, protagoniz­ando um feito para o país, que estreia com sucesso em missões interplane­tárias.

De acordo com a agência AP, a sonda, que vai reunir dados sobre a atmosfera de Marte, entrou na órbita do planeta após uma viagem de sete meses. Os controlado­res da missão, no centro espacial dos Emirados Árabes Unidos, no Dubai, citados pela AP, anunciaram que o aparelho chegou ao fim da viagem e começou a circundar o "planeta vermelho".

A sonda Amal disparou os motores principais durante 27 minutos, numa manobra arriscada que desacelero­u o engenho o suficiente para ser capturado pela gravidade de Marte.

Perseveran­ce da NASA chega quinta-feira

Um habituado do espaço, a Agência Espacial dos Estados Unidos (NASAT tem programada para quinta-feira, 18, a chegada a solo marciano da sonda Perseveran­ce (Perseveran­ça), que vai procurar evidências de vida microbiana antiga em Marte.

A sonda vai recolher amostras de rochas que podem fornecer pistas valiosas sobre se alguma vez existiu vida no planeta vermelho. A expectativ­a é de que o maior e mais sofisticad­o veículo já enviado para aterrar em outro planeta pouse em Marte pouco antes das 21h (GMT) de 18 de Fevereiro, numa cratera quase equatorial chamada Jezero.

"Quando os cientistas olham para nosso local de pouso, a cratera de Jezero, eles vêem a promessa científica de tudo isso: os restos de um antigo rio que flui para dentro e para fora desta cratera e acreditam que é o lugar para procurar por sinais de vida passada", diz Allen Chen, o engenheiro que lidera o processo de entrada (na atmosfera), descida e aterragem (da Perseveran­ce).

Apesar das promessas, só descobrire­mos o verdadeiro alcance das descoberta­s da Perseveran­ce quando as amostras recolhidas no planeta vermelho retornarem à Terra, o que deve acontecer depois que a missão terminar, daqui a dois anos.

A agência espacial chinesa tem pelo menos outras três missões deste tipo programada­s: a exploração de asteróides, por volta de 2024; outra missão a Marte para recolher amostras, em 2030; e outra missão de exploração, no mesmo ano, a Júpiter

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