Jornal de Angola

Interpol

-

O crime não compensa

Desenganem-se os que continuam a pensar que o crime compensa, que podem desviar fundos e mundos do país e ir viver impunes, à grande e à francesa, nas grandes capitais ocidentais e do Médio Oriente, deixando milhões de angolanos na mais absoluta pobreza. As coisas estão a mudar muito rapidament­e. O combate à corrupção e à impunidade, a grande bandeira do Governo angolano, já não é apenas uma preocupaçã­o local, é uma preocupaçã­o global, que envolve organizaçõ­es como a Polícia Internacio­nal (Interpol) e outras de combate ao branqueame­nto de capitais. Mesmo em paraísos fiscais, o dinheiro roubado aos povos não está tão seguro assim como num passado recente. Está sujeito ao escrutínio de organizaçõ­es que lutam por um mundo no qual governos, empresas, a sociedade civil e a vida das pessoas sejam livres de corrupção. Para o caso concreto de Angola, o aviso à navegação acaba de ser dado pela Interpol, com a detenção, quinta-feira, em Lisboa, Portugal, de Abel António Cosme, prófugo do “Caso CNC”, no qual seria julgado por envolvimen­to no desvio de fundos públicos enquanto gestor da empresa Unicargas. O homem pensou que em Lisboa estava completame­nte livre e seguro para gastar os milhões que daqui levou à socapa, mas a bala saiu-lhe pela culatra. O Gabinete Nacional da Interpol junto do Servico̧ de Investigac­a̧ õ Criminal (SIC) jáestáa accionar os procedimen­tos necessários para que as autoridade­s angolanas possam requerer, o mais rápido possível, a sua extradição, para responder na justiça pelo crime de que é acusado. Outras mais extradiçõe­s podem seguir-se, porque o mundo tem cada vez menos espaço para acoitar criminosos de colarinho branco.

 ??  ??

Newspapers in Portuguese

Newspapers from Angola