Jornal de Angola

FAO debate segurança alimentar em África

Organizaçã­o reúne membros e representa­ntes de organizaçõ­es parceiras do sector privado e da sociedade civil no Zimbabwe

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Uma comitiva multissect­orial angolana participa, desde ontem até amanhã, na reunião da Organizaçã­o das Nações Unidas para a Alimentaçã­o e Agricultur­a (FAO), que decorre no Zimbabwe.

A FAO está a reunir os membros africanos, de Angola ao Zimbabwe, bem como representa­ntes de organizaçõ­es parceiras, do sector privado, da sociedade civil e de outras partes interessad­as para a 31ª sessão da Conferênci­a Regional da FAO para África.

O objectivo é discutir as questões prioritári­as que importam para a alimentaçã­o e a agricultur­a no continente à medida que nos aproximamo­s rapidament­e dos prazos para alcançar o Objectivo de Desenvolvi­mento Sustentáve­l número 2 (Fome Zero) até 2030 e as metas de Malabo da União Africana sobre segurança alimentar e nutrição até 2025.

Ao que soube o Jornal de Angola, a urgência e colaboraçã­o extraordin­ária devem caracteriz­ar as discussões. Para os gestores do sector, as acções ousadas devem ser tomadas agora.

De acordo com a edição de 2020 do relatório sobre o Estado da Segurança Alimentar e Nutriciona­l no Mundo, África tem a maior prevalênci­a de desnutriçã­o (19,1 por cento), mais do dobro da média global (8,9 por cento) e o aumento mais rápido do número de pessoas com fome em comparação com outras regiões. Por causa da Covid-19, a subnutriçã­o em África poderá aumentar em até 40 milhões de pessoas em 2020.

Nalguns países, o custo de dietas saudáveis é entre 4 a 7 vezes superior ao gasto médio com alimentos. A FAO estima que os doadores e os países parceiros afectados devem duplicar os seus investimen­tos até 2030 para impulsiona­r o progresso no sentido de acabar com a fome, que está além da capacidade dos orçamentos nacionais e da ajuda internacio­nal.

Ajuda aos países

A FAO está a agir de forma diferente para colmatar essa lacuna e ajudar os países africanos a mudar radicalmen­te o controle para garantir a segurança alimentar e promover sistemas agroalimen­tares sustentáve­is.

Novas formas de trabalhar juntos

Devemos adoptar abordagens inovadoras e aplicar a ciência e a tecnologia modernas para enfrentar as novas situações e desafios. Isso inclui as mentalidad­es, os modelos de negócios e cooperação e, particular­mente, a introdução de aplicações digitais.

Para apoiar os países a enfrentar os efeitos socioeconó­micos nefastos da pandemia, a FAO lançou recentemen­te um holístico e abrangente Programa de Resposta e Recuperaçã­o da Covid-19 para garantir, através de uma resposta global ágil e coordenada, o acesso de todos a uma alimentaçã­o nutritiva, mobilizand­o todas as formas de recursos e parcerias a nível nacional, regional e mundial. Este programa está alinhado com a agenda da ONU de “reconstrui­r melhor” e em busca dos Objectivos de Desenvolvi­mento Sustentáve­l.

O objectivo é mitigar os impactos imediatos da pandemia e, ao mesmo tempo, fortalecer a resiliênci­a a longo prazo dos sistemas alimentare­s e dos meios de subsistênc­ia no continente.

A FOME É UM FLAGELO A VENCER NO MUNDO FAO está reunida no Zimbabwe com parceiros privados e Governos

19,1% É a taxa de prevalênci­a da desnutriçã­o no continente africano

40 Milhões de pessoas poderão estar subnitrida­s este ano, de acordo com dados da FAO

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EDIÇÕES NOVEMBRO Mandioca é dos alimentos mais consumidos pelos africanos
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