Vacina da AstraZeneca produz uma “resposta imune robusta”
A vacina desenvolvida
pela Universidade de Oxford, em colaboração com a empresa farmacêutica AstraZeneca, produz "uma resposta imune robusta" em pessoas com mais de 55 anos, avança a edição de ontem do jornal Financial Times.
De acordo com a publicação, a vacina produz anticorpos neutralizantes, que bloqueiam partículas estranhas e linfócitos T, um tipo de glóbulo branco que destrói as células infectadas.
Em Julho, um ensaio com mais de mil pessoas mostrou que também funcionava com pessoas entre 18 e 55 anos. Esta notícia surge três dias depois de a AstraZeneca ter anunciado que ia retomar os testes da vacina contra a Covid19 com os seus voluntários.
Os testes da AstraZeneca foram interrompidos no início de Setembro, depois de um voluntário participante no estudo desenvolver um problema sério de saúde, o que exigiu a revisão dos processos de segurança.
Estas interrupções temporárias nos testes de medicamentos e vacinas são relativamente comuns. Em pesquisas com milhares de participantes, há a probabilidade de alguns ficarem doentes. Suspender um estudo permite que os investigadores apurem se a doença é um efeito lateral ou uma coincidência.
Os testes da vacina da AstraZeneca, desenvolvida com a Universidade de Oxford, já recomeçaram no Reino Unido, Brasil, África do Sul e Japão. O estudo da AstraZeneca envolve 30 mil pessoas nos EUA, com algumas a receberem o ensaio de vacina e outros um placebo.
Os testes foram interrompidos depois de um participante britânico ter desenvolvido sintomas neurológicos severos, consistente com uma inflamação rara da medula espinal chamada mielite transversa.
A vacina de Oxford com a AstraZeneca é baseada numa versão modificada do adenovirus de chimpanzés e visa evitar a replicação do vírus no organismo humano, de modo a evitar sintomas da Covid-19 e reduzir o número de mortes causado pela doença infecciosa.
Ainda não existe uma data definida para a comercialização da vacina contra a Covid-19. Mas, recentemente, as empresas norte-americanas Pfizer e Moderna disseram que esperam obter autorização para lançarem as suas vacinas contra a Covid-19 até final de Novembro nos Estados Unidos.
Caso atinjam este objectivo, significará um recorde no desenvolvimento de vacinas.