UE critica as declarações de Erdogan sobre Macron
O chefe da diplomacia europeia, Josep Borrell, criticou, ontem, as declarações "inaceitáveis" do Presidente turco em relação ao homólogo francês e apelou a Ancara para "parar esta espiral perigosa de confronto".
"As declarações do Presidente Recep Tayyip Erdogan em relação ao Presidente Emmanuel Macron são inaceitáveis. Apelo à Turquia para parar esta espiral perigosa de confronto", escreveu Borrell na rede social Twitter.
Erdogan questionou, no sábado, a "saúde mental" de Macron devido à atitude deste em relação aos muçulmanos. A França reagiu chamando a Paris o seu embaixador na Turquia "para consultas".
Borrell também recordou o Conselho Europeu de início de Outubro em Bruxelas, no qual os dirigentes da UE tentaram acalmar as tensões com o Presidente Erdogan.
Nomeadamente comprometeram-se a melhorar a cooperação e a relançar a união aduaneira se a Turquia interrompesse a investigação e perfuração nas águas cipriotas com jazidas de gás.
Embora a presidente da Comissão Europeia, Ursula Von der Leyen, tenha advertido: "se Ancara continuar com as suas acções ilegais, usaremos todos os instrumentos à nossa disposição".
"As conclusões do Conselho Europeu contêm uma oferta real para relançar a nossa relação", disse Borell. "Mas é necessária vontade política das autoridades turcas em relação a esta agenda positiva. Caso contrário, a Turquia ficará ainda mais isolada", alertou.
Num discurso, no sábado, Erdogan declarou, referindose a Macron, que "tudo o que se pode dizer de um Chefe de Estado que trata milhões de membros de comunidades religiosas diferentes desta maneira é que faça primeiro exames de saúde mental".