Albinos com condições agravadas
A pandemia do novo Coronavírus veio agravar ainda mais a situação dos albinos e temos associados com dificuldades de alimentação, avançou ontem, em Luanda, o presidente da Associação de Apoio de Albinos de Angola (4As).
Manuel Vapor, que falava ao Jornal de Angola em alusão a mais um ano de existência da associação, disse que a actual situação que o país vive deixa os albinos numa condição difícil, tanto na realização de consultas, como na aquisição de cosméticos, medicamentos e alimentação, deixando-os numa condição precária.
Segundo o responsável, as restrições de algumas consultas nos hospitais agravam os problemas de saúde que muitos dos albinos têm, pois precisam de consultas regulares e atendimento em várias especialidades. "Muitos albinos possuem condições de saúde frágeis, com doenças que afectam a pele, os olhos e outras. O facto de haver nos hospitais a preferência no atendimento de casos de emergência leva ao agravamento do estado de saúde de muitos e há ainda a condição dos que, sem empregos, vivem de negócios ou da venda ambulante, que com o confinamento encontram-se na situação de fome, dependendo dos seus familiares ou de ajuda para sobrevirem", disse Manuel Vapor.
O presidente da 4As sublinhou que várias são as dificuldades que o albino em Angola enfrenta. Desde a discriminação, condição social precária, a escassez de medicamentos e o alto preço dos cosméticos tornam num inferno a vida dos albinos no país.
Manuel Vapor apelou ao Ministério da Saúde para a criação de medidas mais representativas que melhorem o atendimento aos albinos nos hospitais, acesso às consultas e a diminuição dos preços de fármacos e cosméticos, de forma a que seja acessível aos bolsos de todos albinos.
O responsável disse que por parte do Governo devia haver interesse em facilitar a vida do albino nas diferentes esferas sociais. Manuel Vapor referiu ser necessária a criação de políticas públicas de protecção sociais à pessoa albina com vulnerabilidade.
Sobre os sete anos de existência da 4As, que se comemorou dia 23 de Outubro, Manuel Vapor disse ser uma data de grande importância para a associação, que é composta por mil e quarenta membros em nove províncias do país, facto que considera um grande ganho.
Segundo o responsável, as restrições de algumas consultas nos hospitais agravam os problemas de saúde que muitos dos albinos têm, pois precisam de consultas regulares
Manuel Vapor disse que a data foi comemorada de forma restrita, cumprindo-se todas as medidas de biossegurança, pois a efeméride não deve passar despercebida por significar perseverança, autonomia e conquista de espaço para a auto afirmação do albino e serve também para trocas de experiências, conhecimento e irmandade.