Dia das Nações Unidas
Hoje é o dia das Nações Unidas, a mais antiga Organização Internacional que integra no seu seio numerosas agências especializadas cuja existência, trabalho e abrangência global não têm precedentes, nem alternativa no que aos esforços para a preservação da paz e segurança no mundo dizem respeito. Sucessora da “falida” Liga das Nações, uma organização sediada em Londres, nas primeiras duas décadas do século XX, que infelizmente não sobreviveu aos extremismos na altura, ao ponto de o mundo se ter confrontado com a II Guerra Mundial, realidade que levou as lideranças a ponderarem o ressurgimento ou fundação de uma outra instituição.
De iniciativa do Presidente americano, Franklin Roosevelt, a expressão “Nações Unidas” entrou para o léxico político mundial na véspera do final da Grande Guerra, levando 51 países a subscreverem, na cidade de São Francisco, Califórnia, a célebre Carta Constitutiva da ONU.
Convencionou-se dedicar o dia de hoje à criação da Organização das Nações Unidas (ONU), a partir de 1947 quando a Assembleia Geral tinha postulado que a celebração serviria para que “a organização, os seus feitos e conquistas fossem conhecidos” em todo o mundo.
Há setenta e cinco anos, independentemente dos focos de instabilidade e apesar da corrida aos armamentos, na verdade, passaram-se sete décadas e meia de paz, de coexistência pacífica entre os Estados.
O mundo vive, há mais de 70 anos, sem guerra de contornos semelhantes às duas mundiais vividas entre 1914-1918 e 1939-1945, razão pela qual há razões mais do que suficientes para continuarmos a acreditar no papel insubstituível da ONU no mundo.
É verdade que, mais de 70 anos depois, o mundo continua “moldado” à realidade saída do fim da II Guerra Mundial, facto que acaba por suscitar vários debates em torno de reformas para adaptarem o Sistema das Nações Unidas à realidade actual do mundo.
A organização precisa de melhorias, tal como defendeu o Papa Paulo VI, num discurso dirigido aos Estados membros da ONU, em Outubro de 1965, dizendo que “o edifício que vós construístes jamais deve cair em ruínas: deve ser aperfeiçoado e adaptado às exigências que a história do mundo apresentará”.
Angola, que aderiu à ONU em Fevereiro de 1976, poucos meses depois da Independência Nacional, defende igualmente as esperadas reformas para ajustarem aquela organização aos desafios presentes e futuros, para bem da humanidade. Os grandes problemas com os quais se confrontam os Estados e as várias regiões do mundo, hoje, não podem ficar reféns de intermináveis discussões na Assembleia Geral e do Conselho de Segurança.
As alterações climáticas, os actos unilaterais em oposição a tendência para o multilateralismo, o proteccionismo, as guerras económicas que subvertem os processos de livre comércio e de integração, os conflitos pré e pós eleitorais em África, a instabilidade no Médio Oriente e as tensões no extremo oriente, deverão conhecer maior intervenção da ONU porque tendem a “beliscar” a paz e segurança internacionais.