CARTAS DOS LEITORES
Os “Lives” na TV
Sou um admirador da música popular urbana de Angola, um conceito que parece estar a imporse, referindo-se à música que se popularizou nos meios urbanos e nos arredores. Escrevo para o Jornal de Angola para enaltecer esta importante iniciativa que honra a nossa cultura, estimula os artistas, instrumentistas, bailarinos, técnicos de todas as outras artes intervenientes, entre outros. Julgo que se trata de uma importante iniciativa que, em minha opinião, precisa de ser mais abrangente, mais inclusiva e mais participativa, para bem da nossa cultura. É importante que enquanto não “rodarem” todos os que devam passar pelos “shows ao vivo” não repitam cantores ou cantoras que já passaram.
O país possui centenas de cantores, no activo e fora dos palcos, que podem e devem ser convidados a regressar neste formato, promovido pela Televisão Pública de Angola (TPA). Todos os que se disponibilizarem, independentemente de se encontrarem fora dos palcos há algum tempo, era bom que fossem convidados a participar destes “Lives” porque, seguramente, têm um público alvo que espera e sonha pelo seu regresso. Carlos Baptista, Fató, Tonito
Fortunato, Carlos Salgueiro, Santos Júnior, Lopes Filho Buarque, Zizi Mirandela, Dwally Jair, apenas para mencionar estes, são nomes que devem ser recuperados para fazer parte dos espectáculos. Sei que alguns podem eventualmente enfrentar dificuldades no que ao regresso aos palcos, de forma mais ou menos imprevisível, diz respeito, mas como diz o ditado popular “quem sabe, sabe”. FRANCISCO ANDRADE Ilha do Cabo
Retirada das armas
Escrevo para o Jornal de Angola, para defender a retirada das armas nas mãos dos agentes dos serviços de Defesa e Segurança na via pública, obedecendo sempre ao princípio da proporcionalidade.
Sou daqueles que defende que a Polícia Nacional, sobretudo pela natureza do seu trabalho de manutenção da ordem, segurança e tranquilidade públicas, devia deixar de usar armas. É verdade que há a questão psicológica de se pensar e dizer que sem armas dificilmente
ESCREVA-NOS Cartas recebidas na Rua Rainha Ginga, 12-26 Caixa Postal 1312 - Luanda
ou por e-mail: escreva.connosco@gmail.com as populações obedecerão aos agentes. Acho errado inclinarmo-nos para essa linha de pensamento que, para todos os efeitos, não ajuda nos esforços para reduzir a zero as mortes causadas pelos agentes da Polícia Nacional. Temos que procurar formas de entrar para um processo de aprendizagem em que a ausência de armas nas mãos da polícia nas acções normais de policiamento seja um facto. Em todo o caso, quando confrontados com meliantes armados, quando alertados sobre situações para pôr cobro em que as partes envolvidas estejam a usar armas de fogo, obviamente que os agentes da Polícia Nacional deverão fazer uso do princípio da proporcionalidade. Se virmos bem, na maioria dassituaçõesemqueasintervenções da Polícia Nacional resultaram em mortes,asinterpelaçõesouactuações seriam completamente resolvidas sem o recurso à arma de fogo. Espero que se pondere a retirada da arma na mão do agente da Polícia Nacional que vá para a rua dispersar vendedeiras, que vá interpelar motoqueiros, automobilistas, impor a ordem ou quando chamado para atender disputas na comunidade ou na família. ALBERTO CASSULE Prenda