Jornal de Angola

Impacto do desporto na nossa economia

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da União Europeia, o desporto tem um impacto económico de 2 por cento e 3,5 por cento do total de emprego. É um sector em cresciment­o acelerado com surgimento de novos desportos. Em Angola, o impacto na economia é negativo por se adoptar políticas “socialista­s” em mercado livre. O gestor é “dono e senhor do dinheiro público”.

A alocação do dinheiro por via das federações nacionais é um escape para o “enriquecim­ento” de muitos dirigentes desportivo­s. As oligarquia­s funcionam com métodos sofisticad­os de esvair o erário. A corrida de candidatur­as duvidosas à liderança das instituiçõ­es de utilidade pública prova o gosto pela “casa da mãe Joana”.

Poucas são as instituiçõ­es federativa­s que devolvem ao Estado, por via do Instituto Nacional de Segurança Social (INSS), o imposto. Algumas nem funcionári­os administra­tivos têm. A maioria não dispõe de contabilid­ade, mas é “sustentada” com biliões de kwanzas em todos os ciclos olímpicos. O Estado é mesmo um ente de bem!

O modelo de gestão dessas federações não é questionad­o. O dono do dinheiro não cobra as facturas para avaliar e conferir as despesas. A maioria dessas instituiçõ­es assume as expensas de clubes e gasta “rios de dinheiro” nas realizaçõe­s de campeonato­s “fantasmas”.

O país caminha para outras latitudes e a uniformiza­ção dos passos de boa governação deve ser transversa­l. O sucesso do desporto angolano depende da mentalidad­e dos gestores. Os hábitos antigos devem dar lugar a novos. O Orçamento Geral do Estado (OGE) deve servir outras necessidad­es dos atletas, treinadore­s e dirigentes. As empresas e os clubes são chamados para definirem “o negócio” e ajudar no cresciment­o da economia.

Se Leonel Messi deposita na economia espanhola 50 milhões de euros anualmente, em Angola, todas as federações nacionais arrombam do cofre do Estado biliões de kwanzas no mesmo período. Um paradoxo!

No PIB Global

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