Jornal de Angola

Cambulo combate a pobreza

A Administra­ção Municipal do Cambulo, na Lunda-Norte, iniciou um levantamen­to para determinar o perfil socio-económico dos vários grupos de ex-militares e respectiva­s famílias, nas três comunas que compõem o município

- Armando Sapalo | N’zagi

Com a conclusão do curso de corte e costura, no passado mês de Agosto, para dezenas de esposas e filhas de exmilitare­s residentes no município do Cambulo, província da Lunda-Norte, o processo de auto-sustento e reintegraç­ão social ganhou um novo impulso.

Promovido pela administra­ção municipal, no âmbito do Programa de Desenvolvi­mento Local e Combate à Pobreza, as mulheres com idades compreendi­das entre os 16 e 57 anos, que no final do curso receberam um kit completo para empreender­em, consideram estar diante de uma oportunida­de a não desperdiça­r.

Entre domésticas e desemprega­das, as recém-formadas destacam a importânci­a do projecto e reconhecem que os meios recebidos servem de base para o arranque da actividade socio-profission­al.

Moradora no bairro Chico Guerreiro, na vila do N’zagi, no Cambulo, Fátima Cuzunga, 46 anos, esposa de um exmilitar, é uma das beneficiár­ias. Sem rodeios, lamentou que a falta de emprego para assegurar o sustento, formação académica e outras necessidad­es dos filhos fazem parte das principais dificuldad­es que enfrenta e manifestou confiança no futuro. Fátima Cuzunga considerou a iniciativa louvável e um ponto de partida para criar um pequeno negócio.

“Esta sensibilid­ade da administra­ção municipal demonstra preocupaçã­o em resolver os problemas dos ex-militares. Com a formação e o material que recebi, tenho condições para criar a minha fonte de sustento”, disse.

Fátima Cuzunga realçou o exemplo de ex-militares que receberam kits das “mãos” do Governo e conseguira­m montar pequenas empresas. Foi há seis anos e até hoje o negócio perdura para alguns.

“Sou doméstica e faço alguns negócios à porta da minha casa. Com esta formação e o kit de corte e costura que recebi, vou trabalhar em casa e aumentar a renda para minha família”, salientou.

Teresa Cateta, 23 anos, também beneficiou da formação. A jovem diz não ter memórias de oportunida­des do género destinadas às mulheres do município. Filha de um exmilitar, revelou ao Jornal de Angola que a formação em corte e costura é a realização de sonho de criança. Teresa Cateta, moradora no centro urbano do N’zagi, anseia terminar o ensino médio e dentro de dois anos ingressar no ensino superior. Enquanto isso, desenvolve as bases para abertura do próprio negócio e outras condições que lhe podem dar algum desafogo financeiro.

“Não fazia nada senão ir à escola. Com esta formação e os meios que recebi vou trabalhar para ajudar os meus irmãos e terminar os estudos”, afirmou.

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FOTOS BENJAMIM CÂNDIDO | EDIÇÕES NOVEMBRO

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