Administração nega ter fechado unidade industrial
Os níveis de captura de pescado baixaram consideravelmente nos últimos anos, e mais de mil cidadãos estão no desemprego
O Plano Director do Turismo do município do Tômbwa foi apresentado como sendo a principal aposta para o desenvolvimento e alternativa às baixas capturas que o sector das pescas está a registar a nível local.
O administrador municipal, Alexandre Niyuka, deu a conhecer, recentemente, o Plano ao governador provincial, Archer Mangueira, tendo na ocasião, demonstrado que a actividade pesqueira está a perder terreno enquanto principal fonte de receitas fiscais e de sustento para as famílias que vivem no município.
“Em 2018, a captura de pescado foi de 48 mil toneladas de várias espécies; em 2019, houve uma baixa considerável, fixando-se nas 16 mil toneladas. Este ano, no final do primeiro semestre, tivemos uma captura total de cerca de 4 mil toneladas de pescado, e tudo indica que até ao final do ano não iremos passar de 8 mil”, explicou para justificar a necessidade de se focar noutro segmento importante da economia, mas até agora inexplorado, o turismo.
O Plano Director do Turismo para o município do Tômbwa, elaborado pela empresa de direito angolano Kibabata Service, aponta como potencial turístico da região os recursos naturais, históricos-monumentais e culturais, tendo inventariado um total de 75 recursos nas três comunas.
O facto de o município estar localizado entre o mar e o deserto, com uma extensão territorial de 18.019 quilómetros quadrados e uma costa marítima de 230 quilómetros, é referenciado como condição física favorável para o desenvolvimento de praticamente todos os segmentos do sector turístico.
No que toca ao turismo de natureza, o Parque Nacional do Iona, com a sua rica biodiversidade, é a referência, e a estratégia é ajustar o plano aos programas levados a cabo pela administração do parque e parceiros, nomeadamente a organização não-governamental African Park, para a promoção do ecoturismo.
Outros recursos apontados são as lagoas do Carvalhão e dos Arcos, bem como as colinas e canyons que se podem observar no deserto.
O segmento ligado ao turismo de sol e praia é dos mais ambiciosos no plano director apresentado, com ideias que apontam para a criação de empreendimentos para alojamento e restauração, ordenamento e requalificação das praias urbanas e nãourbanas e outras acções.
A estratégia passa igualmente pelo fomento da prática de desportos náuticos e pesca desportiva, revitalizando o turismo náutico.
Quanto aos recursos culturais, para além dos hábitos e costumes peculiares dos povos autóctones da região, nomeadamente os muimbas e os mucubais, capazes de promover o turismo rural, o plano prevê valorizar monumentos históricos como a arquitectura colonial ainda visível na sede do município e na Baía dos Tigres, assim como outros vestígios dos primeiros habitantes na localidade. Uma das futuras acções indicadas nesse sentido é a criação de um museu das pescas no Tômbwa.
O responsável da empresa Kibabata que apresentou o plano fez referência à nomeação das sete maravilhas do Tômbwa, com base numa consulta pública feita no município, tendo-se indicado a Lagoa dos Arcos, Praia dos Riscos, Mbindi yo Mutuaty (colinas), Welwitschia Mirabilis Gigante, Foz do rio Cunene, Baía dos Tigres e o Monte Tchilambo.
Manuel Bandeira fez saber que o slogan escolhido para promoção do plano é “Tômbwa é o destino”, tendo referido a elaboração de uma estratégia de divulgação, promoção e marketing do potencial turístico local.
“A nossa visão é transformar o município do Tômbwa num destino turístico de referência provincial, nacional e internacional, tendo em conta o potencial turístico natural, histórico-monumental e cultural existente, na perspectiva do sector turístico ser estratégico para o desenvolvimento local e instrumento de luta contra a pobreza, com reflexo na melhoria das condições de vida dos cidadãos, em perfeita harmonia sociedade-natureza”.