Falhas na distribuição de mosquiteiros podem duplicar casos da doença em África, diz OMS
A OMS insta os países a avançarem rapidamente e a distribuírem instrumentos de prevenção e tratamento do paludismo, nesta fase do surto da Covid-19 na África Subsaariana, e a fazerem tudo o que estiver ao seu alcance para manter em segurança os serviços e
As perturbações graves na distribuição de mosquiteiros com insecticida e no acesso a medicamentos anti-palúdicos poderão duplicar o número de mortes por malária na África subsaariana este ano, alertou a Organização Mundial da Saúde (OMS).
Uma nova análise divulgada a propósito do Dia Mundial do Paludismo (Malária), que se assinala hoje, considera nove cenários de potenciais perturbações no acesso aos principais instrumentos de controlo da malária durante a pandemia de Covid-19 em 41 países e os consequentes aumentos de casos e mortes.
No pior dos cenários, em que todas as campanhas de mosquiteiros tratados com insecticida são suspensas e há uma redução de 75% no acesso a medicamentos antimaláricos eficazes, a estimativa de mortes por malária na África subsaariana em 2020 seria de 769.000, o dobro do número de mortes registadas na região em 2018.
“Isto representaria um regresso aos níveis de mortalidade por malária, registados há 20 anos”, lê-se na mensagem da OMS.
Esta análise da modelização foi conduzida pela OMS, em colaboração com parceiros como o Projecto Atlas da Malária (PATH) e a Fundação Bill & Melinda Gates.
A OMS insta os países a avançarem rapidamente e a distribuírem instrumentos de prevenção e tratamento do paludismo, nesta fase do surto da Covid-19 na África subsaariana, e a fazerem tudo o que estiver ao seu alcance para manter em segurança estes serviços essenciais de controlo do paludismo.
De acordo com o relatório mundial sobre a malária de 2019, a África subsaariana representou aproximadamente 93% de todos os casos da doença e 94 % das mortes em 2018. Mais de dois terços das mortes ocorreram em crianças com menos de cinco anos. Actualmente, o número de casos de Covid-19 na África subsaariana tem representado apenas uma pequena proporção do total global, embora esteja a aumentar todas as semanas.
“Isto significa que os países da região têm uma janela de oportunidade crítica para minimizar as perturbações na prevenção e tratamento da malária e salvar vidas nesta fase do surto da Covid19”, prossegue a mensagem da OMS.
A OMS e os seus parceiros elogiam os líderes do Benim, da República Democrática do Congo, da Serra Leoa e do Chade, por terem iniciado campanhas de mosquiteiros com insecticida durante a pandemia do novo coronavírus. Outros países estão a adaptar estratégias de distribuição líquida, para garantir que as famílias recebam as redes o mais rapidamente e em segurança possível.
“As terapias preventivas para mulheres grávidas e crianças devem ser mantidas”, defende a OMS, sublinhando que “o fornecimento de testes de diagnóstico rápidos e de medicamentos antimaláricos eficazes é também essencial para evitar que um caso ligeiro de malária progrida para uma doença grave e para a morte”.
A OMS insta os países a avançarem rapidamente e a distribuírem instrumentos de prevenção e tratamento do paludismo, nesta fase do surto da Covid-19 na África Subsaariana, e a fazerem tudo o que estiver ao seu alcance para manter em segurança os serviços essenciais de controlo do paludismo