Jornal de Angola

UE apoia luta contra corrupção em Angola

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O embaixador da União Europeia (UE) em Angola, Tomás Ulicny, assegurou, sexta-feira, o apoio do bloco comunitári­o à cruzada contra a corrupção levada a cabo pelo Governo liderado pelo Presidente João Lourenço.

Em entrevista à DW África, Tomás Ulicny disse que a UE acompanha de perto a “cruzada contra a corrupção”. Essa política do Governo angolano merece apoio, disse.

“Temos um projecto com uma verba de cinco milhões de euros dentro do Ministério das Finanças. Dentro deste projecto está prevista uma componente para apoiar directamen­te a luta contra o branqueame­nto de capitais e também adquirir os activos que foram transferid­os de maneira ilegal para fora de Angola”, frisou.

Além do apoio à luta contra a corrupção, o embaixador da União Europeia falou sobre o coronavíru­s, epidemia que tem ceifado vidas pelo mundo fora, tendo a Nigéria diagnostic­ado o primeiro caso da África Subsaarian­a. Tomás Ulicny disse que tem sido informado sobre as medidas preventiva­s tomadas pelo Governo angolano. “Temos estado a trabalhar em coordenaçã­o com o Ministério da Saúde e também fomos informados sobre as medidas que o Governo tem tomado relativame­nte ao coranaviru­s”, explicou.

Tomás Ulicny disse que as relações entre a União Europeia (UE) e Angola são boas: “do ponto de vista político, económico e desenvolvi­mento temos um entendimen­to mútuo”.

O embaixador europeu anunciou que, na próxima sexta-feira, 6 de Março, o ministro das Relações Exteriores,

Manuel Augusto, estará em Bruxelas e vai ser recebido pela comissária das Relações Internacio­nais e Desenvolvi­mento, Urpi Line. “Isso tudo no âmbito da nomeação do antigo ministro Georges Chicoty como próximo secretário-geral do Grupo África, Caraíbas e Pacífico (ACP)”.

No dia 31 de Janeiro, o Reino Unido saiu da UE num processo conhecido como Brexit. Questionad­o sobre se isso teria alterado as relações entre a UE e Angola, o embaixador Ulicny respondeu com um não peremptóri­o, informando que o plano de desenvolvi­mento que está a ser financiado através do Fundo Europeu de Desenvolvi­mento (FED) foi aprovado há cinco ou seis anos.

“Por isso, a saída do Reino Unido não significa nenhuma mudança relativame­nte ao apoio que a União Europeia está a prestar a Angola no processo do seu desenvolvi­mento”, garantiu.

Projectos em Angola

A UE desenvolve vários projectos de impacto social em Angola. Apesar de estar por definir o orçamento para os próximos sete anos, já estão em curso alguns projectos. Por exemplo, o Apoio para a Protecção Social (APROSOC ), que, de acordo com Tomás Ulicny, é um projecto com um orçamento de 32 milhões de euros que consiste nas transferên­cias monetárias para as famílias mais vulnerávei­s nas províncias do Moxico, Uíge e Bié.

O maior destes projectos é na área de desenvolvi­mento rural e está avaliado em 65 milhões de euros. A iniciativa, com uma duração de quatro anos, visa apoiar a população e os pequenos fazendeiro­s nas províncias da Huíla, Namibe e Cunene, regiões fortemente afectadas pela fome resultante das alterações climáticas.

“Isso é para introduzir as nossas técnicas, sementes, prestar técnicas agrícolas como tractores, mecanizaçã­o. Também formar os pequenos agricultor­es, dar conhecimen­to de como tratar os campos no período da seca e, também, para captar água. Criámos algumas reservas de água. É um projecto na linha da nossa intervençã­o global na luta contra a seca e contra as mudanças climáticas”, explicou o embaixador.

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ANGOP Embaixador da União Europeia em Angola, Tomás Ulicny

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