Os feriados prolongados
Numa altura em que nos encontramos em festa, por força da celebração da edição 2020 do Carnaval, foram e são constantes os conselhos e advertências para que os dias que prolongam o fim de semana sejam vividos com prudência, segurança, responsabilidade. Como sabemos todos, os números ligados aos excessos decorrentes dos fins de semana prolongados aconselham e mostram sempre que os próximos podem ser melhores no que a redução da fatalidade diz respeito.
Vale a pena aprender alguma coisa com os números do último fim de semana prolongado para que sejamos capazes de reduzir os indicadores negativos ligados a estes períodos bons e, às vezes, igualmente maus do ponto de vista das suas estatísticas.
As famílias devem jogar um papel importante porque, como sabemos, grande parte das situações menos boas que ocorrem nas estradas, nos aglomerados em que se faz também presente o consumo de álcool, entre outros, começam ou passam invariavelmente pelo meio familiar.
É das famílias onde as pessoas partem para as festas, para se fazerem às estradas, apenas para mencionar estes exemplos, razão pela qual os agregados familiares podem, à partida, e às vezes até depois quando não for tarde demais, jogar o papel que delas se espera. Festejar ou divertir-se por causa do fim de semana prolongado não pode significar uma espécie de bilhete de passagem para uma viagem em que as variáveis mais importantes envolvam a ausência da paz, estabilidade, sossego, segurança e ordem pública.
Não faz sentido transformar os dias de festa e celebração para a grande maioria e para outras actividades, por parte de outros, em períodos de tristeza, dor e luto. Esta é uma das razões pelas quais a Polícia Nacional redobra esforços, nesta fase, desdobra homens e meios nas vias para prevenir que ocorram determinados excessos. Saudamos o esforço da corporação, sobretudo quando, ao lado das acções puramente operativas para prevenir e reprimir o crime, enfatiza igualmente a componente pedagógica junto das populações.
Quando os agentes da Polícia Nacional consigam promover nas comunidades, ruas e estradas, o diálogo e sensibilização que visam reduzir o potencial de conduta desviante ou a possibilidade de sofrer danos decorrente da acção de malfeitores, todos saímos melhor servidos.
É preciso que as populações façam igualmente prova de que os esforços que todos fazemos para termos estradas mais seguras, comunidades mais tranquilas, famílias mais sossegadas, independentemente dos nossos problemas, não são favores que prestamos às instituições do Estado.
Trata-se de passos e iniciativas cujos benefícios incidem, precisamente, sobre a vida das pessoas, famílias e comunidades cuja colaboração com as instituições do Estado é sempre vital para o mecanismo de segurança colectiva.
Nesta fase, de festa e de celebração, em que se multiplica a movimentação pelas estradas, nunca é demais apelar ao bom senso, à razoabilidade e à prudência na hora de se fazer às estradas. Não precisamos de fazer dos fins de semana prolongados períodos de tristeza, dor e luto, numa altura em que o povo celebra o Carnaval. Nem noutras circunstâncias é aceitável que se permitam os excessos decorrentes dos fins de semana prolongados.