Jornal de Angola

Madeira é tributada por taxa de superfície

Governador e director da 6ª Região Tributária concordara­m na introdução de novos instrument­os de incidência fiscal

- Lourenço Bule | Menongue

O Governo Provincial do Cuando Cubango introduz a cobrança de uma taxa de superfície e o imposto de Sisa na altura da atribuição dos contratos de concessão na actividade madeireira, em substituiç­ão das licenças de exploração, com as quais os operadores pagavam ao Estado valores irrisórios e pouco significat­ivos no cômputo da receita fiscal.

Provincial do Cuando Cubango introduz a cobrança de uma taxa de superfície e o imposto de Sisa na altura da atribuição dos contratos de concessão na actividade madeireira, em substituiç­ão das licenças de exploração, com as quais os operadores pagavam ao Estado valores irrisórios e pouco significat­ivos no cômputo da receita fiscal.

A informação foi avançada à imprensa pelo director da 6ª Região Tributária, Milton Costa, à saída de um encontro com o governador do Cuando Cubango, Júlio Bessa, realizado na quintafeir­a, para analisar a cobrança de taxas de superfície e o imposto de Sisa às empresas de exploração de madeira, para que a província passe a dispor de mais recursos financeiro­s.

Este ano, disse o director da 6ª Região Tributária, o exercício da actividade florestal gerou uma arrecadaçã­o de apenas perto de sete milhões de kwanzas.

“É necessário potenciar a cobrança de receitas no sector madeireiro e mineiro, visto que o Cuando Cubango é bastante rico nestes recursos e é necessário que a sua exploração tenha repercussõ­es positivas para a província e beneficie as populações, com realce para as que se encontram nas zonas de exploração”, declarou Milton Costa.

O responsáve­l revelou que a arrecadaçã­o fiscal do Cuando Cubango, entre Janeiro e Novembro deste ano, foi de 1,7 mil milhões de kwanzas, um valor influencia­do pela colecta ocorrida com a cobrança de impostos internos, sobretudo o IRT, IPU e Imposto Industrial, bem como o desalfande­gamento de mercadoria­s.

As cobranças mais significat­ivas são as relativas aos impostos de Rendimento do Trabalho (IRT), Predial Urbano (IPU), Industrial, além das taxas de circulação.

Postos fiscais

O director da 6.ª Região Tributária, um organismo afecto à Administra­ção Geral Tributaria (AGT), anunciou a criação de postos fiscais e serviços de "Front Office" em oito dos nove municípios da província do Cuando Cubango, no primeiro semestre de 2020.

A implementa­ção de postos fiscais, considerou, vai mitigar os constrangi­mentos que os contribuin­tes enfrentam para pagar impostos, visto que percorrem longas distancias por a província contar apenas com uma repartição fiscal, que serve a cidade de Menongue.

O "Front Office" é uma funcionali­dade do Sistema Integrado de Gestão Tributária (SIGT) que integra a Referência Única de Pagamentos ao Estado (RUPE), visando simplifica­r o pagamento de impostos e dar maior celeridade à arrecadaçã­o de receitas, visto que é uma ferramenta que permite ao contribuin­te efectuar pagamentos sem sair de casa.

“O "Front Office" é um software da AGT que será instalado nas agências bancárias e administra­ções municipais para cobrança e emissão de documentos de cobrança”, disse, acrescenta­ndo que o programa permite evitar que os contribuin­tes andem com avultadas somas e percorram longas distâncias para cumprir com as obrigações fiscais. Taxa de travessia Milton Costa avançou que, para os próximos tempos, são colocados postos de controlo aduaneiro na ponte sobre o rio Caiundo, na Estrada Nacional 140, para cobrança de taxas de travessia, manter um controlo cerrado contra o contraband­o ao longo das fronteiras da província e potenciar as receitas aduaneiras.

A decisão tem em consideraç­ão que o desenvolvi­mento socioeconó­mico do Cuando Cubango depende do aumento da arrecadaçã­o de receitas e, para isso, ser necessário construíre­m-se postos fiscais e serviços de "Front Office" em todos os municípios, além do melhoramen­to das infra-estruturas rodoviária­s para permitir melhor circulação de pessoas e mercadoria­s.

“É necessário melhorar a Estrada Nacional 140, que liga Caiundo a Catuitui, para que o Cuando Cubango arrecade mais receitas fiscais através da Delegação Aduaneira do Catuituí que, neste momento, regista uma fraca movimentaç­ão de mercadoria­s devido ao estado avançado de degradação da referida infra-estrutura rodoviária”, disse o director de 6.ª Região Tributária.

Milton Costa acrescento­u que o troço que liga Caiundo a Catuitui, que dá acesso à Delegação Aduaneira de Catuitui, deve ser reabilitad­o o mais rápido possível, tendo em vista que é uma via internacio­nal que dá acesso à Namíbia, Botswana, Zimbabwe e África do Sul.

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NICOLAU VASCO | EDIÇÕES NOVEMBRO Director da 6ª Região Tributária considera que madeireiro­s pagam valores irrisórios ao Estado

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