Esperança de vida aumenta para mais 15 anos em Angola
O Índice de Desenvolvimento Humano serve também como uma medida para avaliar o progresso a longo prazo das três dimensões básicas do desenvolvimento humano: uma vida longa e saudável, acesso ao conhecimento e padrões de vida decente
Desde 1990, a esperança de vida em Angola aumentou 15,5 anos, para atingir 60,8 anos, em média, revela o Relatório de Desenvolvimento Humano de 2019, lançado, terça-feira, na Colômbia, pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD).
O Relatório revela também que a população angolana tem, em média, 11,8 anos esperados de escolaridade e 5,1 anos médios de escolaridade. O Rendimento Nacional Bruto (RNB), per capita de Angola, é estimado em 5555 USD em paridade com o poder de compra.
Destaca-se em Angola, o lançamento de novos dados sobre o desenvolvimento feito pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), depois da finalização do Relatório de Desenvolvimento Humano de 2019, a apresentação do Relatório sobre a Pobreza Multidimensional dos Municípios de Angola e o lançamento do Relatório Final do Inquérito de Despesas, Receitas e Emprego (IDREA 2018-2019).
O Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) de Angola é de 0,574 -o que coloca o país na categoria de desenvolvimento humano médio - posicionando-o em 149º dos 189 países e territórios considerados no referido documento.
O valor do IDH de Angola está abaixo da média de 0,634 para os países do grupo de desenvolvimento humano médio.
No entanto, quando se desconta ao IDH de Angola o valor da desigualdade, o mesmo cai de 0,574 para 0,392: uma perda de 31,8 por cento devido à desigualdade na distribuição dos índices da dimensão do IDH.
O RDH de 2019 inclui também o Índice de Desenvolvimento de Género, o qual mostra que o valor do IDH feminino para Angola é de 0,546, em contraste com 0,605 para os homens.
O Índice de Desenvolvimento Humano serve também como uma medida para avaliar o progresso a longo prazo das três dimensões básicas do desenvolvimento humano: uma vida longa e saudável, acesso ao conhecimento e padrões de vida decente.
País está no grupo de desenvolvimento humano médio
Angola, Cabo Verde, Camarões, Congo, Guiné Equatorial, eSwatini, Ghana, Quénia, Namíbia, São Tomé e Príncipe, Zâmbia e Zimbabwe - fazem parte da lista de 12 países africanos que integram o grupo de desenvolvimento humano médio.
O relatório destaca que pela primeira vez este ano, um país africano - Seychelles – integra o grupo de desenvolvimento humano alto. Outros países também estão a subir na mesma direcção. Quatro países - Botswana, Gabão,
Ilhas Maurícias e África do Sul - estão agora no grupo de alto desenvolvimento humano. Os países africanos progrediram no desenvolvimento humano, melhorando sobretudo em termos de educação primária e educação em geral. Contudo, uma nova geração de desigualdades está a emergir e pode ameaçar os progressos obtidos e futuros, em particular do desenvolvimento humano dos grupos mais vulneráveis da sociedade.
Por exemplo, novas desigualdades estão a tomar força a nível mundial em termos de educação terciária, de impactos da crise climática e dos efeitos das transformações tecnológicas. O RDH de 2019 revela que a desigualdade permanece muito alta na maioria dos países africanos.
O RDH de 2019 revela que África tem feito progressos significativos em termos de desenvolvimento humano. Por exemplo, desde 1990 a esperança de vida tem aumentado mais de 11 anos em média na região.
Igualmente, é nesta região que se regista mais perdas no valor do Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) 2019, quando se consideram os dados do Índice de Desenvolvimento Humano Ajustado à Desigualdade de 2019, que mostra a distribuição desigual nas dimensões de educação, saúde e padrões de vida.
A África do Sul experimenta a maior taxa de desigualdade de renda do mundo. Mais de metade da renda do país é detida pelos 10 por cento mais ricos. No entanto, ao mesmo tempo, existem contra-tendências encorajadoras. O Burkina Faso teve a maior diminuição da região na desigualdade de renda em 40 por cento, cerca de duas vezes mais rápido que a média.
A desigualdade de renda também diminuiu em eSwatini, Etiópia, Gâmbia, Guiné, Lesotho, Mali e Namíbia.
O Relatório evidencia o desafio duplo para as nações africanas que devem garantir que os que estão mais para trás conseguem progredir e ter o essencial e, simultaneamente, assegurar que os outros consigam acompanhar as novas exigências do mundo.
“À medida que o mundo muda, o mesmo acontece com as desigualdades importantes”, diz Pedro Conceição, director da equipa do Relatório de Desenvolvimento Humano do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD).