Angola na liderança do Comité Consultivo
Angola, na pessoa do ministro das Relações Exteriores, Manuel Augusto, assume, hoje, a presidência rotativa do Comité Consultivo Permanente das Nações Unidas Encarregue das Questões de Segurança na África Central (UNSAC), durante a 49ª Reunião Ministerial do Comité, que junta, em Luanda, 11 ministros da sub-região.
O país, que assume a presidência no primeiro semestre do próximo ano, em substituição da República Democrática do Congo (RDC), tem como um dos principais desafios o combate à exploração ilícita de recursos, que tem contribuído para a continuidade de conflitos. De resto, trata-se de um assunto que tem merecido a atenção do Governo angolano.
Em declarações à imprensa, o porta-voz da conferência, Mário Constantino, lembrou que o Comité foi criado num contexto diferente do actual, em que a situação dos países da subregião melhorou favoravelmente. Os objectivos de Angola no Comité, disse, passam por fazer com que a região seja o mais estável possível porque, na sua óptica, só assim será possível atacar os outros desafios, como o desenvolvimento sustentável, a boa governação e os direitos humanos.
“É preciso colocar cada coisa no seu lugar para uma região pulsante do ponto de vista dos desafios em matéria do desenvolvimento social”, defendeu.
Mário Constantino acrescentou que a questão do desarmamento, a implementação da Convenção de Kinshasa e o processo de ratificação do Tratado do Comércio de Armas se traduzem, igualmente, em desafios para a presidência angolana, uma vez que a maior parte dos países membros do Comité ainda não os ratificaram.
O porta-voz apontou a cooperação internacional como um dos mecanismos mais eficazes para garantir a segurança da região do Golfo da Guiné. O responsável, que falou depois de os peritos terem abordado sobre a problemática da transumância na região e a questão do desarmamento na perspectiva da segurança no Golfo da Guiné, sublinhou que “sem a cooperação internacional fica muito difícil implementar as estratégias nacionais de combate à pirataria na região”.
Mário Constantino admitiu que os países têm as suas estratégias nacionais para combater a pirataria e tornar a região do Golfo da Guiné mais segura, mas disse ser necessário que haja parcerias internacionais para tornar o combate mais eficaz.