Sociedade é chamada ao combate à corrupção
O combate ao nepotismo, à bajulação e corrupção é uma batalha que deve contar com a participação das organizações da sociedade civil, igrejas e as famílias, defendeu, ontem, o segundo secretário provincial de Benguela do MPLA.
António Kalianguila, que falava na abertura da Campanha de Moralização da Sociedade, levada a cabo pelo seu partido, considerou que a participação daquelas instituições visa prestar ajuda na consciencialização jurídica dos cidadãos. A ideia, disse, é que a mentalidade dos cidadãos mude e reconheçam o problema como um vírus que fragiliza as instituições democráticas, mina a confiança dos cidadãos e dos investidores no país, no âmbito da promoção do desenvolvimento e o bemestar das famílias.
Para o “número dois” do MPLA em Benguela, a Nação que temos hoje, nascida a 11 de Novembro de 1975, necessita de patriotas que não se escondem em práticas nocivas e se propõem servir Angola e os angolanos dentro dos marcos estabelecidos pela Constituição e demais leis vigentes.
“Por isso, é fundamental e inadiável que cada cidadão se sinta mobilizado para esta causa nacional, com um olhar optimista, transformandose num cabo de denúncia destas práticas e, em voz alta, dizer não à corrupção, à impunidade, à bajulação e ao nepotismo”, exortou.
O jornalista e jurista Jaime Azulay falou sobre “O papel dos órgãos de comunicação social na prevenção e combate à corrupção”. Esclareceu que a experiência que se tem de África e do mundo revela que a corrupção constitui um cancro que, como tal, deve ser combatido, antes que se torne letal.
Para Jaime Azulay, o papel da comunicação social como um todo, embora exerça igualmente uma função particular no fortalecimento da democracia que se efectiva através do controlo e fiscalização do poder, é mais abrangente, uma vez que, de uma forma geral, tem a ver com a consolidação do Estado Democrático de Direito.
Enquanto sector de controlo e fiscalizador do poder, disse, a comunicação social constitui uma actividade que transmite informação que permite aos cidadãos conhecerem e argumentarem factos de espaço público e político.
Tendo em conta o carácter liberal da democracia, Jaime Azulay adverte que o jornalismo deve seguir princípios éticos e legais para se considerar um bom jornalismo, que vai ao encontro das perspectivas democráticas, sem derrubar a própria democracia e contribuir de forma irresponsável para o seu derrube.
Para o jornalista, o jornalismo, como pilar da democracia, funciona com uma dupla existência, pois desenvolve-se nas liberdades democráticas, uma vez que a democracia plena existe igualmente por meio do jornalismo.
Combate na família
O evangelista João Guerra foi convidado a tecer considerações sobre “O papel da família e das organizações da sociedade civil no combate à corrupção”.
De acordo com o evangelista, se se quiser combater a corrupção no seu estágio primário, deve-se educar bem os filhos a partir do seio familiar, porque o indivíduo cuja educação foi negligenciada, protegida, mimada enquanto criança, pode transformar-se num potencial corrupto no futuro.
A função das organizações da sociedade civil no combate à corrupção, de acordo com o evangelista João Guerra, passa pela denúncia de factos ilícitos praticados por agentes ou funcionários públicos, como forma de fiscalizar as acções do Estado e colaboração na oferta dos serviços básicos e manutenção da democracia, sustentando acções de vigilância às desigualdades e garantia das liberdades para os cidadãos.
João Guerra conclui o seu raciocínio alertando que no combate à corrupção, a família deve ocupar o lugar de comando na educação da nova geração, enquanto as organizações da sociedade civil constituem a força de choque directo, denunciando os actos ilícitos e fiscalizando as acções do Estado.