Jornal de Angola

Acusação de golpe de Estado

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Na segunda-feira, horas antes do Conselho de Estado, o Primeiro-Ministro demitido, tinha anunciado a recusa de participar em reuniões convocadas pelo Presidente e reiterou que estava a ser preparado um golpe de Estado para impedir a realização das eleições presidenci­ais em Novembro.

“Pairam ameaças, já há uma semana, sobre o Governo, indirectam­ente sobre as eleições, numa altura em que estamos prestes a iniciar a campanha para as presidenci­ais”, observou Aristides Gomes, antes da reunião do Conselho de Esatdo.

“Não fui convocado até agora. E mesmo que recebesse um convite não ia, porque eu já disse que o Conselho de Estado, tal como existe hoje, é caduco”, defendeu Aristides Gomes, à saída de uma reunião com os representa­ntes da comunidade internacio­nal sediados em Bissau.

A acontecer um golpe que pare o processo eleitoral, o Primeiro-Ministro guineense avisou que “os autores terão que arcar comarespon­sabilidade”doacto. “Tanto nós, Governo, como a comunidade internacio­nal, ficamos com a mesma leitura sobre este ponto: quem interrompe­r o processo eleitoral estará a protagoniz­ar um golpe de Estado”, observou Aristides Gomes.

Aristides Gomes considera ainda que o órgão não tem condições de funcionar pelo facto de os seus membros não terem sido ainda empossados, desde as eleições legislativ­as de Março. Face a isso, o Primeiro-Ministro guineense decidiu manter-se em funções após o decreto de demissão.

O Chefe do Governo guineense já tinha denunciado, a semana passada, uma tentativa de golpe de Estado, envolvendo o candidato às presidenci­ais do Movimento para a Alternânci­a Democrátic­a (Madem-G15, líder da oposição).

Na campanha eleitoral, que vai decorrer entre sábado e 22 de Novembro, participam 12 candidatos aprovados pelo Supremo Tribunal de Justiça.

O Presidente da Guiné-Bissau terminou o mandato em Junho, mas continua em funções por decisão dos Chefes de Estado e de Governo da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO), que tem mediado a crise política no país.

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