Angola e Senegal jogam passagem à outra fase
Bicampeãs africanas tem tarefa difícil frente as anfitriãs. Ambiente adverso no Arena de Dakar pode ser determinante
A Selecção Nacional sénior feminina de basquetebol defronta hoje, às 20h00, o Senegal, equipa anfitriã, em partida referente aos quartosde-final da 24ª edição do Campeonato Africano das Nações, que encerra no domingo.
Cientes do elevado grau de dificuldade que as espera no Pavilhão Arena Dakar, ainda assim, Angola chega ao encontro com o objectivo de contrariar, ao máximo, as donas da casa. As angolanas vão ter pela frente um ambiente hostil, além das 12 opositoras dentro da quadra.
Este será o segundo desafio entre ambas, depois do torneio internacional, há dez dias, com vitória por 88-69, das senegalesas.
Além do público, o seleccionador nacional teme que factores extra-jogo possam desequilibrar o fiel da balança a favor do país anfitrião. Por esta razão, prometeu conversar e mentalizar as atletas, apesar de reconhecer o favoritismo do Senegal.
Com uma equipa mais alta e pesada, as senegalesas vão procurar tirar vantagem do jogo interior, área de jogo onde o combinado nacional tem sentido dificuldades para se impor, com maior incidência para o capítulo ofensivo.
São aguardados mais de 12 mil espectadores no recém- inaugurado pavilhão. Angola terá pela frente a principal candidata ao ceptro, além de ser o conjunto com mais títulos, com um total de 11. Nas vestes de país organizador, as jogadoras não querem deixar escapar a possibilidade de erguer o troféu junto do seu público, proeza que não conseguiu concretizar em 2007, última vez que albergou o evento, tendo sido derrotada pelo Mali.
Ontem, para os oitavosde-final, o “cinco” nacional teve de empenhar-se a fundo para superar a similar do Quénia, por 64-51. Logo cedo, as quenianas deram mostras de poder disputar o jogo de igual para igual diante das bicampeãs africanas, contrariando todos os prognósticos.
O técnico Ronnei Owino pediu marcação “homem a homem” de modo a dificultar as transições, com maior incidência sobre a base Italee Lucas, principal organizadora dos ataques. Coube à extremo Rosemira Daniel explorar as lacunas defensivas para marcar pontos, seguida pela capitã Ngiendula Filipe.
A selecção venceu o primeiro quarto, por 15-12. No segundo quarto, voltou a registar-se outro equilíbrio. Houve momentos em que as jogadoras pareciam algo nervosas, passaram a perder muitas bolas em transições rápidas. O jogo exterior não esteve à altura, pois as bolas não levavam a melhor trajectória e Apolinário Paquete reagiu com substituições.
Ngiendula e companheiras saíram a perder o parcial, por 17-14, e as duas equipas foram para o intervalo igualadas a 29 pontos. Em pé o tempo todo, o técnico pediu maior atitude defensiva, de modo a reduzir o espaço de manobra da jogadora em posse da bola. Curiosamente, foi esta a mesma postura adoptada pelo Quénia.
Mas veio ao de cima a maior experiência das angolanas que cumpriram rigorosamente a táctica e venceram, por 22 -10, no parcial.
Com vantagem de 52-39, no início do período derradeiro, Paquete lançou para a quadra as jogadoras do cinco inicial Italee Lucas, Felizarda Jorge, Luisa Macuto, Elizabeth Mateus e Ngiendula Filipe para controlar as acções ofensivas.
O desgaste apoderou-se das pupilas de Ronnie Owino, pois teve de manter na quadra algumas das principais unidades por um período de tempo considerável, com o objectivo de manter o equilíbrio, mas sem sucesso.
Este será o segundo desafio entre ambas, depois do torneio internacional há dez dias, com vitória por 88-69, para as senegalesas