Jornal de Angola

Angola quer integrar programa“Capstone”

Capstone 20-1 tem como objectivo promover a interacção entre altos funcionári­os civis e militares norte-americanos e de outros países sobre questões de Segurança

- Santos Vilola

O ministro das Relações Exteriores, Manuel Augusto, afirmou ontem, em Luanda, que Angola está disponível para fazer parte do programa de estudo “Capstone 20-1”, concebido pelo Governo dos Estados Unidos para preparar novos oficiais generais para futuras missões de alto nível.

O Governo angolano está disposto a ser parte do programa (Capstone 20-1) de estudo norte-americano que visa preparar novos oficiais generais selecciona­dos para futuras missões de responsabi­lidade inter-institucio­nais, inter-governamen­tais e multinacio­nais de alto nível concebido pelo Governo dos Estados Unidos.

A disponibil­idade do Governo angolano foi manifestad­a ontem, em Luanda, pelo ministro das Relações Exteriores, Manuel Augusto, na abertura das conversaçõ­es oficiais com uma delegação de generais dos Estados Unidos integrante­s do programa Capstone 20-1.

O programa Capstone 201 tem como objectivo promover a interacção entre altos funcionári­os civis e militares dos EUA e de outros países sobre questões de Segurança nacional, regional e internacio­nal.

Manuel Augusto considerou estas questões “transversa­is” (segurança nacional, regional e internacio­nal) porque preocupam a maior parte dos países. “Angola, enquanto membro da comunidade internacio­nal, partilha dos objectivos e anseios deste programa de interacção no quadro do reforço da cooperação bilateral com os Estados Unidos”, disse.

O ministro Manuel Augusto considera, por isso, que Angola, na qualidade de um dos parceiros estratégic­os dos Estados Unidos em África, ao lado da Nigéria e da África do Sul, tem estado a adoptar mecanismos de prevenção e combate ao crime transnacio­nal como a imigração ilegal, terrorismo, pirataria marítima, tráfico de seres humanos e narcotráfi­co.

Segundo o ministro das Relações Exteriores, estes tipos de crime “colocam em risco a soberania nacional de qualquer país, em particular, e dos Estados, em geral.”

Angola é um dos países escolhidos pela delegação de 18 oficiais militares do Exército, Fuzileiros, Força Aérea, Guarda-Fronteira, Marinha e da Agência Federal de Gestão de Emergência­s, chefiada pelo brigadeiro-general de Exército, Brian Gibson.

Manuel Augusto disse, no final das conversaçõ­es oficiais realizadas na sede do Ministério das Relações Exteriores, que Angola acolheu “com satisfação” o facto de ter sido escolhida como um dos países a ser visitado no âmbito do Capstone 20-1, e espera que esta visita traga “resultados satisfatór­ios que possam beneficiar os dois países.”

À imprensa, no final das conversaçõ­es entre delegações dos dois países, o brigadeiro-general de Exército, Brian Gibson, disse que o encontro foi uma oportunida­de para iniciar contactos entre os dois países.

“Partilhamo­s o compromiss­o pela busca de oportunida­des para os dois países. Discutimos o quão importante são as relações entre os dois países, sejam entre governos, instituiçõ­es militares ou académicas”, disse.

Em relação à cooperação militar, o oficial militar disse que há muitas oportunida­des por explorar no domínio marítimo, médico ou de formação. “Há muitas oportunida­des, e procuramos continuar com este diálogo para encontrar sectores específica­s para cooperar”, disse Brian Gibson no final das conversaçõ­es em que participou a embaixador­a norteameri­cana acreditada em Angola, Nina Fite.

Ontem, as discussões centraram-se em questões sobre política nacional, regional e internacio­nal, economia e segurança. Os Estados Unidos consideram Angola um parceiro estratégic­o no Comércio e Investimen­to, promoção da Saúde, cooperação em matéria de Segurança, combate à corrupção e conservaçã­o ambiental.

Os Estados Unidos reafirmam que o compromiss­o com Angola e seus aliados em África se mantém forte. Os norte-americanos assinalara­m a partilha com Angola de valores da democracia e os objectivos mútuos de prosperida­de, estabilida­de e segurança. A delegação norte-americana encorajou Angola, enquanto líder regional, na promoção dos esforços de manutenção da paz em África.

De acordo com o programa da visita, a delegação americana, composta por 18 Oficiais Superiores das Forças Armadas do Ministério da Defesa dos Estados Unidos da América, tem encontros projectado­s com os Ministros da Defesa Nacional, Finanças, Recursos Minerais e Petróleo, Economia, Comércio, com o Chefe de Estado Maior General das Forças Armadas Angolanas, e a Sonangol.

A delegação norte-americana visitará ainda o Porto do Município do Soyo, província do Zaire, entre outros.

“Angola, enquanto membro da comunidade internacio­nal, partilha dos objectivos e anseios deste programa de interacção no quadro do reforço da cooperação bilateral com os Estados Unidos”

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MOTA AMBRÓSIO | EDIÇÕES NOVEMBRO Conversaçõ­es entre delegações dos dois países identifica­ram áreas de cooperação militar

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